O vereador guarulhense Kleber Ribeiro (PL) se envolveu em mais uma confusão. Na noite desta segunda-feira (15), ele foi ao campus da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), no Pimentas, para uma visita nas dependências da EFLCH (Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), quando sua equipe e estudantes que estavam no local entraram em atrito.
A equipe do vereador, em publicação nas redes sociais, disse ter sido “alvo de cuspes, jatos de água e ataques com baquetas e instrumentos musicais”, e três alunos foram feridos e até hospitalizados.
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Por volta das 18h, o político estava na instituição para entregar um protocolo de ofício que solicitava o uso do auditório para uma palestra sobre antissemitismo, intolerância religiosa e valores sociais e morais. Mas ele não teria sido atendido, segundo o próprio vereador ouviu da instituição, porque o local não teria o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB).
Após a entrega do documento à direção do local, houve uma aproximação de um grupo de alunos do campus que começaram a cercar o local com o parlamentar e sua equipe. Os músicos, que seriam de uma bateria do campus, gritavam contra o político, e quando um deles tentou se aproximar foi empurrado pela escolta, iniciando uma briga generalizada. Como resultado, três estudantes acabaram feridos. O campus se manifestou dizendo repudiar o caso de violência e acompanhou o serviço de saúde e ao plantão policial para a formalização de um boletim de ocorrência.

Segundo o registo do boletim, um aluno recebeu socos e outro foi ferido no rosto com uma baqueta.
Segundo nota publicada nesta quarta-feira (17), o vereador Ribeiro diz que enquanto estavam tentando manter o diálogo, foram hostilizados e agredidos por um grupo de estudantes, “sendo alvo de cuspes, jatos de água e ataques instrumentos musicais”.
O GWeb entrou em contato com o vereador para que ele se manifestasse, dando sua posição sobre os fatos. Em áudio, Ribeiro informou que sua equipe enviaria uma nota. Veja no final deste texto a nota do vereador na íntegra.
Segundo informações divulgadas na imprensa e redes sociais, por conta da hostilidade que relatou, o vereador teria pedido a retirada de sua equipe no local imediatamente. Em vídeos, é possível ver um estudante sendo empurrado e logo em seguida começando um tumulto generalizado. Do lado de fora, um dos assessores do vereador ainda tentou dar socos em um aluno.
Ainda em publicação nas suas redes sociais, o parlamentar divulgou diversos screenshots de conversas de grupos de calouros da instituição que passaram a circular, com diversas ofensas e ameaças. Entre as mensagens, os graduandos mencionam “invadir o gabinete” do vereador e “iam ficar felizes” caso algum atentado acontecesse com ele.
Na tarde desta terça-feira (16), Ribeiro registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil de São Paulo, até o momento, o vereador declarou que, mesmo depois dos episódios, mantém a intenção de auxiliar a instituição no processo de regularização do AVCB.
Entretanto, não é o primeiro episódio do parlamentar na instituição. O local é, desde 2023, alvo de produção de vídeos em visitas ao campus. Em 2024, em campanha como pré-candidato, ele levou uma bandeira de Israel em evento acadêmico pró-Palestina. Nesta quarta-feira, no início da sessão na Câmara Municipal, Ribeiro voltou a se desentender com populares que estavam na galeria da Casa para acompanhar os trabalhos legislativos.
Na noite de 15 de setembro, estive na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), campus Guarulhos, para tratar sobre a situação do auditório interditado em razão da ausência do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e também para dialogar sobre a possibilidade de realização de um evento voltado ao combate ao antissemitismo e à intolerância religiosa, inclusive formulado em documento que seria protocolado na oportunidade.
Durante a reunião, mantive um diálogo cordial com representantes e membros da direção da universidade, que relataram dificuldades estruturais e administrativas.
Coloquei-me à disposição para auxiliar no que estivesse ao alcance do mandato, demonstrando respeito e disposição para colaborar. Ressalto que, na mesma semana, em 11 de setembro, o político de esquerda Guilherme Boulos obteve autorização para utilizar o pátio do Aquário da Universidade para realizar seu próprio evento.
Ao término desse encontro, entretanto, fui covardemente cercado, junto com minha equipe, por cerca de 50 estudantes ligados a movimentos de esquerda, que iniciaram gritos de ordem e hostilidades. A manifestação rapidamente evoluiu para agressões físicas e verbais: cusparadas, jatos de água, empurrões e tentativas de ataque com objetos cortantes e instrumentos utilizados como armas. Um de meus assessores foi ferido no abdômen por objeto perfurocortante e outro teve a tela de seu celular quebrada durante a confusão.
O episódio não se limitou às agressões presenciais. Em grupos de mensagens da universidade, como o denominado “Caloures EFLCH”, foram registradas frases que incitam a violência contra mim e meus assessores, entre elas:
• “Se virem um filhote de fascista amarre de cabeça para baixo e leve para a beira de um rio.”
• “Ele precisa morrer mesmo.”
• “Temos que invadir o gabinete dele.”
O conteúdo dessas mensagens chegou ao meu gabinete por meio de um estudante da própria UNIFESP que, contrário à conduta violenta dos demais, encaminhou o material para que fossem tomadas as devidas providências.
Essas manifestações, além de criminosas, configuram grave ameaça à ordem democrática e à integridade física de agentes públicos. Por isso, foi registrado Boletim de Ocorrência e já estão sendo tomadas todas as medidas jurídicas cabíveis.
Lamento profundamente que a Universidade tenha sido utilizada como espaço de um único grupo ideológico, limitando, inclusive pela força, a pluralidade de ideias e a própria democracia em um ambiente que deveria ser educacional e aberto ao diálogo.
Condeno veementemente o ódio e a violência política. Exijo que os órgãos competentes investiguem os responsáveis e assegurem que a universidade volte a ser um espaço livre de debates de ideias, e não de perseguição ideológica. Espero,
ainda, que a instituição tome providências para garantir que todos os políticos, assessores, deputados e cidadãos, de maneira geral, tenham o direito de se manifestar, de se expressar e de acessar a universidade.


