"Assim sendo, com fulcro no artigo 593, I, do CPC, declaro que a doação de R$ 41.300 feita pelo réu (Wagner Freitas) a Nair de Freitas (mãe do vereador), em 2007, deu-se em fraude a execução", disse o juiz da segunda Vara do Trabalho de Guarulhos, Fabio Augusto Brando, em decisão sobre processo trabalhista movido contra o parlamentar.
Também em sua decisão, o juiz afirma que Wagner Freitas agiu de má fé e, por isso, aplicou multa de 20% sobre o valor total da ação. "Ante o reconhecimento de ocorrência de fraude à execução, reputo o réu litigante de má fé e condeno-o a pagar multa no importe de 20% sobre o valor atualizado da execução, a ser revertido em favor do autor", decidiu Branda. A ação em questão refere-se a um processo movido pela ex-assessora Maria Madalena Lopes, de 44 anos, que ainda aguarda o vereador cumprir a determinação judicial. "O valor total está por volta de R$ 6 mil. Até o momento recebi pouco mais de R$ 800. Esse senhor (Wagner Freitas) descumpre a Justiça, promete e não cumpre, e ainda quer ser prefeito de Guarulhos", desabafou a ex-assessora.
Maria Madalena disse à reportagem do HOJE que começou a trabalhar com o vereador antes mesmo de seu primeiro mandato na Câmara Municipal, e que foi exonerada do dia para noite. "Entre 2004 e 2007 fui recepcionista no escritório político dele. Em janeiro de 2008 ele me nomeou assessora e depois me exonerou em julho. Deve ser porque eu não devolvia o dízimo", relatou referindo-se a um valor do salário que assessores teriam de devolver ao vereador para se manterem no cargo. "E ele alega não ter dinheiro para pagar o que deve, mas o escritório político dele é na mais nobre região da cidade", comentou.
O juiz da segunda Vara do Trabalho, inclusive, determinou que a mãe do vereador devolves-se o dinheiro depositado pelo filho. "Determino que Nair de Freitas devolva a quantia suficiente à divida da presente ação em até cinco dias", decretou. Por fim o juiz concluiu que o vereador fraudou a execução.
"O réu é devedor de valores e efetuou doação dos mesmos à sua mãe, em evidente fraude a execução", concluiu o mestrado.
Freitas diz que está sendo alvo de perseguição
Contatado pelo HOJE, o vereador Wagner Freitas (PP) confirmou que Maria Madalena Lopes foi sua assessora, porém no ano de 2005, e rebateu todas as acusações feitas contra sua pessoa. "É tudo mentira. Não tenho que responder a esta pessoa. Que constitua um advogado e procure os seus direitos", disse.
Em relação ao dízimo, Freitas negou veementemente. "Isso não existe. Ela foi mandada embora porque não exercia direito o seu trabalho. Isso é perseguição política porque serei candidato a prefeito", declarou. "Isso é extorção contra mim e posso, inclusive, processar por calúnia", concluiu.