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Vereadores de SP são acusados de receber R$ 5 milhões de Máfia do ISS

Os vereadores Adilson Amadeu (PTB) e Aurélio Miguel (PR) foram acusados de receber da Máfia do Imposto Sobre Serviços (ISS) propina de R$ 5 milhões, paga pelo ex-subsecretário de Arrecadação de São Paulo, Ronilson Bezerra Rodrigues. Ele é apontado como suposto chefe do esquema que atuou na Prefeitura durante a gestão de Gilberto Kassab (PSD).

A denúncia foi feita pelo fiscal Eduardo Horle Barcellos, que confessou ter participado da Máfia do ISS. Barcellos, que fez acordo de delação premiada, relatou aos promotores do Grupo Especial de Delitos Econômicos (Gedec), do Ministério Público Estadual (MPE), que, seguindo ordens de Ronilson, fez um dos pagamentos a Adilson Amadeu.

“Em meados de 2012, Ronilson pediu que o declarante (Barcellos) entregasse um envelope pardo cheio de dinheiro para Adilson Amadeu”, diz o delator. O texto diz que o pagamento ocorreu na frente de uma cafeteria na Rua Líbero Badaró, no centro de São Paulo. “O declarante chegou a questionar Ronilson da razão daquela entrega. Ronilson não respondeu.”

Sobre Aurélio Miguel, Barcellos declarou que os pagamentos foram feitos em sua casa. “Ronilson disse ao declarante que Aurélio Miguel o recebia em uma sala onde havia um aparelho de som, sendo que Aurélio Miguel ligava o aparelho e aumentava o volume até as alturas quando ia pegar o dinheiro de modo a impedir qualquer gravação que pudesse registrar a entrega das quantias”, conclui.
Em nota, Amadeu disse que “desconhece o teor do depoimento de Barcellos e nega veementemente qualquer relação de vantagem com o servidor”.

Miguel, também por nota, disse que “repudia com veemência toda e qualquer afirmação no sentido de que tenha recebido dinheiro de Ronilson, de qualquer funcionário da Secretaria de Finanças ou qualquer outro funcionário municipal”. O texto ressalta que Barcellos não apresentou prova sobre pagamentos ao vereador e diz que a sala onde haveria o som potente em sua casa “não existe”.

Mais vereadores

Miguel e Amadeu não foram os únicos citados no depoimento. Barcellos declarou também ter informações de que o atual presidente da Câmara, Antonio Donato (PT), e o ex-presidente, o ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues (PR), também receberam propina. O fiscal contou que Ronilson fez pagamentos a eles porque “ficou em débito” com os parlamentares após ter sido nomeado subsecretário. Durante a CPI do IPTU, que ocorreu em 2009, os vereadores enviaram “inúmeros” ofícios à Prefeitura convocando autoridades para prestar depoimento como forma de pressionar pela sua nomeação.

Donato diz que seu nome vem sendo “usado indevidamente” pelos delatores e afirma que, na época dos fatos, fazia oposição a Kassab. O ministro Rodrigues disse que o delator deveria apresentar provas do que diz e que “jamais” recebeu dinheiro da Máfia do ISS.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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