Durante sessão ordinária da Câmara Municipal de Guarulhos nesta terça-feira, 25/09, vereadores do PT se manifestaram contra o acordo anunciado na última sexta-feira pelo prefeito Guti de concessão do SAAE para a Sabesp, o que garantirá o fim do rodízio de água em Guarulhos até o final de 2019. Edmilson Souza e Genilda Bernardes fizeram discursos inflamados contra a proposta.
Ambos participaram dos governos do PT, que foram responsáveis por aumentar em 1.500% a dívida do Saae com a Sabesp entre 2001 e 2016. Ignorando as melhorias para a população, Edmilson Souza discorreu sobre as dificuldades que podem advir do repasse do Saae para a Sabesp e questionou se os valores mensais das contas de água das escolas serão pagos rigorosamente, sem o parcelamento das dívidas. Para ele, a Prefeitura terá dificuldades em pagar as contas de água dos próprios municipais, já que – segundo disse – os valores, durante os governos do PT, não seriam repassados à autarquia.
Já Genilda Sueli Bernardes disse que os vereadores precisam acompanhar de perto o processo de transferência do Saae para a Sabesp para evitar, entre outras coisas, a demissão de mais de mil funcionários públicos. Ela admitiu que as gestões de seus companheiros de partido, os ex-prefeitos Eloi Pieta (PT) e Sebastião Almeida (agora no PDT), realmente deixaram de pagar as contas apresentadas pela Sabesp. “Nós não pagamos porque não concordávamos com os preços cobrados. Fomos à Justiça para contestar. No final, nós perdemos. Isso acontece”, revelou.
A vereadora confirmou que Almeida deixou de pagar a Sabesp nos dois últimos anos de sua gestão. “Até 2014, a gente pagava uma parte. Mas em 2015 e 2016, o Almeida realmente não pagou nada”. As diferenças entre os valores cobrados pela Sabesp e os efetivamente pagos pelo Saae fizeram com que a dívida, que era de R$ 201 milhões em 2001, quando o PT chegou à Prefeitura, chegasse a R$ 3 bilhões em 2016.
Um dos principais motivos do Saae ter de repassar a concessão para a Sabesp, segundo a atual administração, é que a dívida se tornou impagável, já que existem inclusive cobranças na Justiça por precatórios. Caso os valores não sejam pagos, a dívida da autarquia poderá ser executada, o que impede novos investimentos e pode inviabilizar a própria administração.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, Almeida declarou ser contra a solução apresentada por Guti para acabar com a falta de água de Guarulhos e tratar em sua totalidade o esgoto. Ele disse que construiu estações de tratamento e acha estranho a Prefeitura agora repassar o Saae para a Sabesp, acusando a administração de promover uma ação eleitoreira. Ele não justificou os motivos de ter aumentado a dívida nem tampouco deixar a cidade com apenas 2% do esgoto tratado. No último ano de governo do agora candidato a deputado, dezenas de bairros de diferentes pontos de Guarulhos tiveram o abastecimento piorado, com rodízios de 12 a 24 horas com água e de um a dois dia sem água.
