A concessão de título honorífico de cidadão guarulhense foi tema de grande debate durante a sessão da Câmara Municipal da última quinta-feira. Ocorre que para alguns vereadores, as pessoas que estão sendo prestigiadas com a honraria não necessariamente cumprem os requisitos necessários para recebê-la.
“Sem entrar no mérito da questão a minha visão é de que está acontecendo uma banalização do título. Durante os quatro anos que aqui estou, e não por coincidência, não concedi nenhum título e também não pretendo. Eu acredito que deve ser dado a pessoas que tenham prestado relevante serviço à comunidade, à cidade e não de qualquer forma”, afirmou Eduardo Carneiro (PSDB).
Na pauta do dia constava o Projeto de Decreto protocolado pelo presidente da Casa de Leis, Eduardo Soltur (PSD), concedendo o título para o senhor Valdemiro Santiago de Oliveira, fundador da Igreja Mundial do Poder de Deus. O referido projeto indignou alguns vereadores uma vez em que o apóstolo foi o responsável, no dia 1º de janeiro deste ano, por um grande transtorno no trânsito da cidade prejudicando inúmeras pessoas com a inauguração da Cidade Mundial, ao exceder a capacidade de pessoas permitidas no local.
“A sensação que me dá, sem ter absolutamente nada contra nenhuma religião, é que nós estamos transformando o título honorífico como um documento qualquer que pode ser tirado no Fácil”, argumentou José Mário que questionou as ações do apóstolo para a cidade devido aos problemas causados no início do ano.
De acordo com o Regimento Interno do Legislativo “o título de cidadão honorífico ou qualquer outra honraria ou homenagem a pessoas que reconhecidamente tenham prestado serviços relevantes ao Município”. Além disso, como requisito essencial, deverá o projeto vir acompanhado de circunstância biografia da pessoa que se deseja homenagear relacionando-se, para conhecimento da Casa, os serviços que direta ou indiretamente tenha prestado à cidade ou ao país.
O projeto foi deliberado com 15 votos favoráveis, um contrário e duas abstenções.