Existem A Via Láctea, de Lina Chamie, de 2007, com Marco Ricca e Alice Braga, e Via Láctea, sem artigo, de Luís Buñuel, de 1969. O segundo passa nesta sexta, 4, às 15h05, no Telecine Cult. A obra do grande diretor situa-se a meio caminho entre A Bela da Tarde, de 1967, e O Discreto Charme da Burguesia, de 1972.
A Bela da Tarde venceu Veneza, consolidou o mito de Catherine Deneuve e foi um tremendo sucesso de público e crítica. O Discreto Charme venceu o Oscar. Sem abrir mão de suas convicções – sempre foi contra a família, tradição e propriedade -, Buñuel, no fim da vida, tornou-se palatável até para a Academia de Hollywood.
Via Láctea ou O Estranho Caminho de São Tiago mostra dois peregrinos que fazem o conhecido caminho religioso na Espanha, rumo a Santiago de Compostela. Encontram personagens bíblicos e históricos. Confrontam mistérios do cristianismo e dogmas da Igreja, inclusive um Cristo saltitante que agita suas melenas ao vento. A suprema provocação de Buñuel – ele transforma, no final, um milagre em ato surrealista. Coescrito por Jean-Claude Carrière, o filme tem uma graça particular. No extenso elenco estão Laurent Terzieff, Pierre Clémenti, Delphine Seyrig, Michel Piccoli, Alain Cuny e o próprio Buñuel.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>