O vice-ministro das Relações Exteriores da China, Le Yucheng, disse, neste sábado, que a Otan deveria cumprir o que ele alegou ser uma promessa de não se expandir para o leste europeu. Em discurso, ele ainda criticou as sanções ocidentais impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia e disse que a causa raiz da guerra na Ucrânia "está na mentalidade da Guerra Fria e na política de poder".
Ecoando um ponto de discussão do Kremlin, Le Yucheng disse que, se a ampliação da Otan for mais longe, estará se aproximando das extremidades de Moscou, onde um míssil pode atingir o Kremlin em "sete ou oito minutos". "Empurrar um grande país, especialmente uma potência nuclear, para o canto, acarretaria repercussões terríveis demais", sinalizou.
O vice-ministro expressou ainda compreensão pela posição do presidente russo, Vladimir Putin, dizendo que a Otan deveria ter se desintegrado e "sido consignada à história ao lado do Pacto de Varsóvia". "No entanto, em vez de se separar, a Otan continuou se expandindo e interveio militarmente em países como Iugoslávia, Iraque, Síria e Afeganistão", afirmou. "Pode-se muito bem antecipar as consequências desse caminho. A crise na Ucrânia é um aviso severo."