Karren Brady, vice-presidente do West Ham, fez uma sugestão controversa: em sua coluna publicada no jornal britânico The Sun, ela sugeriu que a atual temporada do Campeonato Inglês seja considerada "nula e sem efeito" se o torneio, que está paralisado em razão da pandemia de coronavírus, não for retomado. Com isso, a competição seria encerrada sem ter um campeão.
"Não há como evitar a possibilidade de que todas as divisões e a Premier League tenham que ser canceladas e esta temporada declarada como nula, sem efeito, porque os jogadores não podem jogar e os jogos não podem ser realizados, escreveu Brady, que também é membro da Câmara dos Lordes.
"E daí se a liga não puder ser finalizada? Como os jogos na Premier League e na Football League são afetados, a única medida justa e razoável a fazer é declarar
a temporada inteira nula", argumentou Brady, que reconheceu, porém, que a sua sugestão, se acatada, vai prejudicar o Liverpool. "Um grande golpe para o Liverpool, que pode ter seu primeiro título em 30 anos retirado", escreveu a dirigente do West Ham.
O Liverpool lidera o torneio com muita tranquilidade. O time do técnico Jurgen Klopp ostenta 89 pontos, 25 de vantagem para o vice-líder Manchester City, e está muito perto de confirmar o título.
O West Ham de Brady, por sua vez, está em 16º lugar, com os mesmos 27 pontos de Watford e Bournemouth, 17º e 18º, respectivamente, levando vantagem em relação aos rivais em razão dos critérios de desempate. São apenas dois pontos a mais que o penúltimo colocado Aston Villa.
Ainda não há uma decisão final sobre o futuro da parte final da temporada do Campeonato Inglês. Representantes dos 20 clubes que disputam o torneio vão se reunir na próxima quinta-feira para estabelecer um plano de ação para os jogos restantes, debatendo diferentes cenários para o futuro.
Certo é que a Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês), a Premier League, a England Football League (liga responsável pela segunda, terceira e quarta divisões) e a Liga Feminina concordaram parar tudo até o dia 3 de abril.
A decisão foi tomada após uma reunião de emergência com a confirmação de casos positivos para Covid-19 do técnico Mikel Arteta, do Arsenal, e do atacante Callum Hudson-Odoi, do Chelsea. Antes, as entidades inglesas haviam acenado com a continuação dos campeonatos.