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Vida limpa e peito aberto

Muito tem se falado sobre o Ficha Limpa, que bane da política pessoas que tenham condenação na Justiça por crimes cometidos. De origem popular, o projeto virou lei em 2010 e só deve vigorar agora em 2012, porque a legislação impede que se mexa nas regras do jogo em ano eleitoral. Com um passado limpo e em defesa da ética como princípio de vida, desde o início apoiei a iniciativa e entendo que ela deve servir para tirar da política pessoas em débito com a Justiça.


 


Neste ano, o Tribunal Superior Eleitoral decidiu mexer nas regras do jogo e determinou que candidatos com as contas ainda não aprovadas pela Justiça ficariam impedidos de participar das eleições. A determinação, porém, gerou uma série de ações por parte da quase totalidade de partidos, já que não podem vigorar neste ano, por ter sido uma resolução com o processo em andamento. Até então, bastava aos pretensos candidatos apresentarem as contas de campanhas passadas, sem – no entanto – haver a necessidade de tê-las aprovadas. Afinal, trata-se de um processo complexo e com entendimentos diversos.


 


Aliás, muita gente erra ao misturar alhos com bugalhos. Para tirar proveito, colocam no mesmo patamar – de forma irresponsável – gente desonesta, que desviou milhões de reais de dinheiro público em negócios escusos, com quem, por questões pequenas e sanáveis, cometeu alguma incorreção numa prestação de contas.


 


Por um erro contábil, nossas contas de 2010 apresentaram uma diferença de cerca de R$ 800,00, numa campanha que envolveu valores bem superiores, totalmente declarados e aprovados. Sempre dentro da legalidade, buscamos nossos direitos, por meio de recursos em instâncias superiores, a fim de garantir que, no momento oportuno, estejamos aptos a disputar as eleições deste ano.


 


No entanto, nossos adversários – que demonstram ter verdadeiro pânico de nos enfrentar nas urnas – saíram a comemorar algo que não se consolidou. Acreditaram que não estaríamos aptos a disputar as eleições e – assim – poderiam encontrar alguma facilidade para se perpetuar no poder. Porém, para desespero dessa gente que não gosta de lidar com os processos democráticos, a cada dia que passa, meu nome se consolida ainda mais como a principal alternativa para tirar Guarulhos de um estado de letargia e abandono.


 


Nesta semana, corroborando nossa posição, em um acordo que envolveu a quase totalidade dos partidos, a Câmara Federal aprovou um projeto de lei que permite a quem não tem as contas aprovadas a participar do processo eleitoral, em um entendimento claro de que não se pode nivelar por baixo situações distintas. Desta forma, é com toda tranquilidade do mundo que seguimos nos preparando para, em breve, nos apresentar ao crivo de quem mais interessa na disputa eleitoral: o cidadão.


 


Carlos Roberto de Campos


Empresário, suplente de deputado federal e presidente do PSDB Guarulhos


 

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