O vigia José Eustáquio Xavier, 62 anos, morreu na manhã de ontem dentro de uma viatura da Polícia Militar depois que uma ambulância do SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) teria demorado a prestar atendimento. Ele foi vítima de infarto e aguardava atendimento no meio da rua, quando policiais militares decidiram colocá-lo dentro da viatura para agilizar sua entrada no Hospital Padre Bento.
Por volta das 7h30, ele caminhava na rua Cônego Valadão, altura do número 900, quando teve um mal súbito e precisou ser amparado por populares, que chamaram uma ambulância. Policiais militares em ronda pela região foram prestar auxílio e, mais uma vez, chamaram o SAMU, que teria demorado a aparecer.
A auxiliar administrativa Marciele Aguiar, 27 anos, afirmou que foram realizadas diversas perguntas a respeito do quadro clínico do aposentado, inclusive o nome do paciente. "Fizeram várias perguntas, até o nome, mas nós não teríamos como saber nada. Só consegui entender o homem dizendo que tinha pressão alta e diabetes".
Como o estado de saúde do vigia piorava e ele perdeu a consciência, os policiais decidiram colocá-lo dentro da viatura e levá-lo ao Hospital Padre Bento, o mais próximo da região. "Colocamos o homem da viatura por desespero, queríamos salvar a vida dele. Mas o correto seria a ambulância ir, nosso carro não é equipado para socorrer.", contou o policial militar Celso Silva, da 1ª Cia do 15° Batalhão.
O carro com o aposentado saiu rumo ao hospital às 7h41 e chegaram ao destino quatro minutos depois. No caminho, a viatura ainda cruzou com a ambulância destinada a prestar atendimento ao homem, que chegou ao hospital morto.
Questionada sobre o fato, a Secretaria de Saúde informou que "não houve nenhum problema com solicitantes ou Polícia Militar. A aprovação do envio do recurso (ambulância) foi feita sem questionamentos". O tempo total para chegada ao local teria sido de 13 minutos.