A Vigor, empresa de lácteos controlada pelo grupo JBS, conseguiu reverter, na noite de quinta-feira, na Justiça uma decisão até então favorável à cooperativa paranaense Frimesa, que atua no mesmo segmento. As duas empresas estão em litígio, nos últimos meses.
O processo envolve uma ação que a Vigor moveu contra a Frimesa, acusando a cooperativa de copiar a embalagem dos iogurtes da categoria grego, confundindo o consumidor. “É o que chamamos de concorrente parasitário”, disse Anne Napoli diretora de marketing da Vigor. “Não questionamos a Frimesa por simplesmente eles terem copiado a cor azul usada no mesmo formato que o nosso produto, mas pelo conjunto de elementos da embalagem, que inclui todo o lay out e a campanha de comunicação na mídia, muito parecida com a nossa.”
Segundo Anne, a Frimesa lançou, no fim de 2014, a categoria de iogurtes grego no mercado com o mesma proposta de embalagem da Vigor. “Em pesquisa, 49% dos consumidores disseram que se confundiram com a embalagem (das duas empresas). Inicialmente, procuramos a Frimesa para uma saída amigável, o que não ocorreu. A partir daí, fomos à Justiça”.
No dia 4 de setembro, a Vigor ajuizou uma ação na 18ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo. A juíza Maria Rita Rebello Pinho Dias, que responde pelo caso, acolheu o pedido de tutela antecipada pela Vigor e determinou um prazo de dez dias para que a Frimesa retirasse esses produtos de linha. No dia 11, a Frimesa recorreu com um pedido reconsideração. Três dias depois, a juíza suspendeu os efeitos da tutela antecipada pela Vigor. No dia 22, a Vigor voltou a recorrer e, na quinta-feira, a juíza rejeitou o pedido da Frimesa, mantendo a decisão a favor da Vigor.
Procurada, a Frimesa informou que está tomando as providências para se defender nos próximos dias.
Líder na categoria de iogurte grego, a Vigor alega que o questionamento não se resume à embalagem azul. “Pegue o exemplo da Coca-Cola, com o formato da garrafa e a tampa. Esse conjunto de elementos é uma referência. A Vigor defende o ícone da marca que envolve todo um trabalho de inovação”, disse Anne. A Vigor alega perdas potenciais de vendas, desde que a Frimesa lançou seus produtos, mas não tem ainda um levantamento de eventual prejuízo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.