A Prefeitura informou na quarta-feira, 4, que vai intensificar a fiscalização dos blocos de rua que desfilam na Vila Madalena, zona oeste de São Paulo. A promessa foi feita em reunião com representantes de moradores e comerciantes do bairro e do Ministério Público Estadual.
Os moradores reclamaram do barulho, do desrespeito ao horário do fim da festa – até meia-noite tem de ser feita a dispersão total do bloco – e da presença de ambulantes nas ruas.
Coordenador do grupo Sossego Vila Madalena, o comerciante Tom Green, de 50 anos, disse que o encontro foi positivo. “A gente queria mostrar o que tinha sido solicitado e as promessas da Prefeitura, que deixou de atender às reivindicações da comunidade. O Ministério Público nos deu uma oportunidade de apresentar o nosso caso e ficou claro que a Prefeitura está devendo na organização do evento”, afirmou. Para Green, o resultado da reunião poderá ser melhor avaliado após o próximo fim de semana, quando o bairro terá mais blocos.
Promotor de Habitação e Urbanismo, Maurício Ribeiro Lopes afirmou que o objetivo do encontro foi fazer a “aproximação e o diálogo” entre as duas partes e que a meta do Ministério Público é trabalhar ações que protejam os direitos dos moradores e dos foliões. “Algumas associações queriam a suspensão dos blocos, mas isso é uma coisa impensável. A cidade é de todos, todos têm direito ao uso da cidade, mas os moradores também têm direito ao repouso e ao sossego, não pode ser uma festa que dure 24 horas.
Tenho confiança no trabalho que a Prefeitura apresentou e esperança que vai dar resultados. Este não é o último carnaval de São Paulo.”
Lopes disse ainda que foi solicitado um estudo da Polícia Militar para verificar quantas pessoas as ruas que fazem parte dos trajetos dos blocos podem suportar e, após o carnaval, será realizada uma nova reunião para fazer um balanço da festa e pensar em ações para os desfiles de rua do próximo ano.
Em nota, a Prefeitura informou que os pedidos feitos pelos moradores e comerciantes já estão sendo contemplados pelo Plano de Apoio ao Carnaval de Rua. Disse também que “vai reforçar os serviços e a fiscalização em áreas críticas apontadas pelos moradores, como, por exemplo, limpeza urbana, fiscalização de ambulantes e atendimento à Lei do Psiu”.
Multas
A Prefeitura liberou um balanço parcial das multas que foram aplicadas a empresas que desrespeitaram a Lei Cidade Limpa no carnaval de rua na Vila Madalena. A Skol, marca da Ambev, foi multada em R$ 160 mil por usar totens, souvenirs, carros e caminhões. A infração foi a ativação de marca indevida, já que foi aberto um edital, de acordo com a Prefeitura, para as empresas interessadas em apoiar a festa. A Johnson & Johnson e a MTV também foram autuadas, mas o valor da multa não foi informado.
Por meio da assessoria, a Skol e a Johnson & Johnson informaram que ainda não foram notificadas. A MTV não respondeu à reportagem até as 21h45.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.