O candidato ao governo do Estado de São Paulo, Vinicius Poit, declarou que defende a cobrança de mensalidade em universidades estaduais. Para Poit, o modelo de financiamento, baseado na transferência da arrecadação de ICMS, que na sua visão é pago pela população mais pobre, seria uma maneira de manutenção da desigualdade social.
"A política da universidade estadual do Estado de São Paulo é uma política de estimular a concentração de renda e desigualdade. Quem que estuda na universidade pública? Tem muita gente que estuda e que poderia estar pagando", disse o candidato.
A declaração foi feita durante sabatina promovida pelo <b>Estadão</b> e pela Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), nesta terça-feira, 23.
Poit também declarou que pode encerrar as operações da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), responsável pela construção de unidades habitacionais no Estado, caso seja eleito.
"Na construção habitacional, que vai precisar entregar e nós vamos continuar, faremos comprando com licitação no mercado privado, mais barato que a estatal", explicou durante a sabatina.
Segundo ele, a regularização fundiária urbana de uma unidade habitacional da CDHU custaria R$ 230 mil para mais de 100 imóveis, enquanto o mesmo processo no mercado privado sairia por R$ 170 mil. "Só aí você já vê que a construtora estatal está superfaturando os conjuntos habitacionais", acusou.
"De repente dá até para parar com essa construtora estatal, parar com o transporte estatal, parar com balsa no litoral que nunca funciona", afirmou o candidato, enquanto justificava a possibilidade de redução de impostos no Estado. Segundo ele, há a possibilidade de se buscar verbas de diferentes áreas e ainda reduzir tributos.
"No governo do Estado, que tem R$ 286 bilhões de orçamento e quase R$ 30 bilhões de previsão de investimento, tem margem já para começar uma redução de impostos e procurar dinheiro de outro lugar", afirmou.
<b>Inspiração em Zema</b>
O candidato do Novo ao governo Paulista também afirmou que uma de suas inspirações é a gestão do governador e candidato à reeleição Romeu Zema (Novo), em Minas Gerais. Para ele, é preciso governar "sem achismo" e "sem emoção", e tomar decisões baseadas em fatos. "Tudo o que o Zema fez reflete-se no governador com maior aprovação da história, um governador com a possibilidade de ganhar no primeiro turno", disse durante a sabatina.
Para o candidato, seu partido se distancia da política tradicional, principalmente no que diz respeito ao financiamento de campanhas. "O Novo é um partido sem cacique, é um partido onde todo mundo pode participar", afirmou, ao explicar que o financiamento é feito por meio de vaquinhas.
Poit ainda citou que se alinha com uma ideia do ex-ministro do Trabalho João Mellão de que seria melhor ter um empreendedor no governo, alguém que se paute por diálogo e que se cerca dos melhores técnicos, do que o contrário: um governador fortemente técnico mas cercado por "raposas políticas" em cada área de sua gestão.