Londrina, julho de 1991. Era presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) já em meu último semestre de curso de Comunicação Social. Tinha sido um ano intenso de atividades ligadas ao movimento estudantil, que me engajei desde o início da faculdade.
Ao longo dos quatro anos, em Londrina, graças ao esforço de meus pais, não precisei trabalhar. Por um lado, isso permitiu que eu dedicasse boa parte do tempo às lutas por uma universidade melhor, primeiro no curso e depois em toda a UEL. Não à toa, cercado de um grupo de jovens idealistas, vencemos as eleições para o DCE, com a chapa Condessa. Era um movimento organizado, que primava pela liberdade, em tempos de primeira eleição direta para presidente da República após a ditadura militar.
Todo esse empenho pelas causas estudantis e líder de um movimento que reunia perto de 12 mil alunos da UEL fez como que eu deixasse de lado uma possível vida profissional precoce. Minhas atividades ligadas ao jornalismo eram voltadas às publicações do próprio DCE, como o jornal Condessa, que editamos por quase um ano, e a algumas atividades acadêmicas.
Naquele momento, decidi desenvolver um trabalho de conclusão de curso unindo o útil ao agradável. A apresentação do “Eu fui presidente do DCE – Quatro anos de vivência no movimento estudantil” foi minha última atividade na UEL. Diferente do que era praxe na época, fiz uma apresentação aberta, na sala do Centro Acadêmico de Comunicação, quando reuni dezenas de amigos para acompanhar a banca examinadora. Tive nota dez de todos os analisadores e saí da universidade pela porta da frente.
Era hora de batalhar a carreira. Fui convidado por uma colega a trabalhar em Marília, em um jornal diário. Na segunda-feira seguinte à apresentação, desembarquei na da cidade do interior paulista pronto para o que desse e viesse.
Vinte anos se passaram. Desde o Diário de Marília, passei pelo Cruzeiro do Sul (Sorocaba), DCI e Shopping News (São Paulo), Tribuna de Guarulhos, Planeta Express e Folha Metropolitana (Guarulhos), até 2001. Passei cinco anos em assessoria de imprensa em São Paulo até retornar a Guarulhos, em 2006, para conduzir o GuarulhosWeb, Jornal e Revista do Farol, até este HOJE, com diversos trabalhos free lancers em diferentes publicações. A estrada ainda é longa. Mas o caminho segue bem trilhado.
Ernesto Zanon
Jornalista, diretor de Redação do Grupo Mídia Guarulhos, escreve neste espaço na edição de sábado e domingo
No Twitter: @ZanonJr