Cidades

Violência Contra a Mulher – Posto avançado realiza 285 atendimentos em 12 meses

Tráfico na cidade também preocupa autoridades do setor

O Posto Avançado de Atendimento Humanizado ao Migrante do Aeroporto de Guarulhos atendeu 228 brasileiros e 57 estrangeiros entre março de 2010 e março de 2011, segundo a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania.

Foram 107 casos de deportação, 39 de inadmissão, 14 retornos voluntários, 22 ocorrências de assédio moral e 29 maus-tratos pela polícia migratória. Foram denunciados 21 casos de tráfico, sendo 10 de exploração sexual, um de remoção de órgão, um de adoção e nove de exploração laboral. Para a coordenadora do posto, Rejane Alexandre da Costa, o número de atendimentos às vítimas de tráfico deve aumentar nos próximos meses. Desde dezembo o órgão funciona em período integral.

"Nem sempre a mulher se associa como vítima do tráfico para exploração sexual ou quer ajuda. Não podemos obrigar nada se a pessoa não quiser", explica. O espaço é alugado, mas a Prefeitura pleiteia com a Infraero um local maior para atender às vítimas de tráfico com privacidade. "O local é pequeno e quando aparecem muitos casos, temos que retirar os demais para atender as mulheres", afirma Rejane.

Cidade registra também tráfico interno

Não é somente com as mulheres que chegam vítimas de exploração sexual que Guarulhos precisa se preocupar. De acordo com Dalila Figueiredo, presidente da Associação Brasileira de Defesa da Mulher da Infância e da Juventude (Asbrad), há mulheres vindas de outros estados que são exploradas à prostituição na cidade.

"Guarulhos tem o pior caso de tráfico de exploração sexual. É bárbaro pensar no que uma pessoa pode passar. Temos que ir sempre atrás da garota para acompanhar o tratamento", diz Dalila. Ela não quis dar detalhes do caso que está em trâmite na Justiça. Mulheres podem receber propostas de trabalho e serem trancadas em prostíbulos ou virem cientes que irão trabalhar no mercado do sexo, contudo, acabam exploradas pelas más condições de trabalho.

Segundo Dalila, a Asbrad atende casos também em outros municípios. "Uma adulta e uma adolescente saíram de Belém-PA para uma cidade no entorno de Campinas com a proposta de serem babás. Elas ficaram trancadas em um prostíbulo por uma semana e conseguiram fugir", conta. A presidente da Asbrad alerta que confecções clandestinas na Ponte Alta abrigavam mulheres bolivianas em condições desumanas.

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