Caso a denúncia seja aceita, Tiago vai responder por homicídio qualificado por perigo comum, pois o MP entende que sua conduta ofereceu risco a um número intedeterminado de pessoas. A pena mínima prevista nesse caso é de 12 anos.
O estudante Gabriel Luiz da Silva Pinto foi atingido perto da calçada na rua Noel Rosa, no Jardim Paraventi. O promotor Rodrigo Merli Antunes, autor da denúncia, afirma que houve dolo eventual no caso, em razão de Tiago ter afirmado, segundo duas testemunhas, que "não estava nem aí com a situação criada porque a vítima não era de sua família." Isso mostra indiferença e caracteriza o dolo, segundo Antunes.
Caso o juiz considere que houve dolo eventual, Tiago será julgado por um tribunal do júri. Se o entendimento for de homicídio culposo, no entanto, o comerciante será julgado por um juiz e poderá pegar até quatro anos de prisão. Neste caso, deverá pagar em liberdade, já que é prevista a prestação de serviços comunitários.
Tiago da Silva foi preso em flagrante após o acidente e transferido para o Centro de Detenção Provisória de Pinheiros, na Zona Oeste de São Paulo. O promotor Rodrigo Merli Antunes pediu também a manutenção da prisão preventiva do comerciante e que a polícia continue com as investigações para ouvir mais testemunhas que estavam no local.
A investigação policial mostrou que o atropelador estava alcoolizado e não tinha habilitação. Para o Ministério Público, todos os patrões de Tiago devem ser ouvidos para falarem se tinham ciência de que o empregado não tinha habilitação.
Testemunhas disseram à polícia que o comerciante dirigia em alta velocidade um Volkswagen Saveiro, quando atropelou o estudante. O acidente aconteceu por volta das 3h.
Após o atropelamento, enquanto uma pessoa anotava os dados do carro, o motorista retirou a placa traseira e agrediu a testemunha. Segundo o relato dos policiais, o motorista tinha os olhos vermelhos, hálito etílico e fala desconexa.