Estadão

Violino será leiloado para ajudar Instituto Baccarelli

Cada violino é único. E, diz o luthier Luiz Amorim, merece que seu construtor faça todo o possível para extrair sua voz e permitir que o instrumento fale de acordo com o que pode oferecer de melhor.

No caso de sua mais recente criação, porém, não é apenas o som a diferenciá-lo. O Cannone Giramondo traz em sua parte interna a assinatura de vinte e sete dos maiores violinistas do mundo: Joshua Bell, Francesca Dego, Shlomo Mintz, Maxim Vengerov, Augustin Hadelich, Ilya Gringolts, Julia Fischer, Frank Peter Zimmermann e Daniel Hope entre eles.

Todos aceitaram participar do projeto em torno de uma causa: o violino será leiloado nesta segunda, 24, em Berlim e o valor obtido será destinado integralmente ao Instituto Baccarelli, projeto de formação musical e inclusão social na comunidade de Heliópolis, em São Paulo.

<b>TRAJETÓRIA</b>

A Amorim Fine Violins começou sua trajetória no Brasil mas, desde 2015, está localizada em Cremona, na Itália, cidade onde trabalharam Amati, Stradivarius e Guarneri, lendários construtores de violinos, violas, violoncelos.

Amorim especializou-se, além da restauração e criação, na cópia de instrumentos famosos. É o caso do Cannone, feito a partir de um Guarneri del Gesú, de 1743, que pertenceu ao violinista Niccolò Paganini.

"O projeto nasceu do nosso desejo de ajudar um projeto social no Brasil em um momento particularmente complicado", conta Luan Amorim, filho de Luiz – o negócio é todo tocado pela família, do trabalho no ateliê ao marketing e vendas. "Meu filho Gael, com 11 anos, já montava seus primeiros instrumentos", brinca Luiz. "E o resultado era muito bom."

O leilão se encerra no começo da tarde de hoje em Berlim, manhã no Brasil. A estimativa inicial sugerida pela casa de leilões Tarisio, especializada na venda de instrumentos, gira em torno de 15 mil a 22 mil euros. Mas a expectativa é de que o preço final possa chegar a quatro vezes este valor.

"Foi muito fácil envolver todos esses grandes violinistas no projeto", conta Luiz. "Acho que apenas um não se interessou", diz, sem citar o nome. "Ao mesmo tempo, vários ficavam sabendo e entravam em contato pedindo para participar. Acho que a possibilidade de unir a arte e a preocupação social mexeu muito com eles. Isso faz do Cannone Giramondo um instrumento verdadeiramente especial, único."

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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