Variedades

Violonista Swami Jr. dirige cubana há quase 11 anos

Omara Portuondo está há quase 11 anos sob direção de um brasileiro. Um violonista de São Paulo, de percepção musical delicada e acabamento fino, chamado Swami Jr.
Swami estará no show deste sábado, 30, como convidado especial da cubana para tocar Dos Gardenias e algo mais que for decidido no ato. Não é dele a supervisão do novo trabalho, mas, em breve, Omara volta às suas mãos para a gravação de um disco que será dedicado à obra do cantor norte-americano Nat King Cole (morto em 1965), com previsão de lançamento para 2016.

Foi em 2013 que o paulistano foi indicado pelo produtor Alê Siqueira para acompanhar Omara na gravação do álbum Flor de Amor, em Cuba. Quando fazia as malas para retornar ao Brasil, Omara ordenou: “Você fica”. Assumiu logo o posto de diretor artístico, mesmo sob os olhares desconfiados dos músicos cubanos. “Foi dureza, sobretudo quando passei de instrumentista a diretor. Acho que nunca antes um brasileiro havia dirigido um músico cubano por lá. Mas, depois se acostumaram, passaram a respeitar.”

Sobre Omara, diz que percebe algo que não se vê mais em muitas cantoras. “Quando ela vai para o palco, vai inteira. A vida se mistura com a arte, como fazem Maria Bethânia ou Elza Soares.”

Ao contrário da música brasileira, o violão não está no centro do conceito das sonoridades habaneras. O que ocupa este ponto, em geral, é o piano ou o trés (uma espécie de violão, menor, afinado com três cordas de aço duplas, que muitas vezes assume a função de piano na célula rítmica marcante que os cubanos chamam de tumbao).

E como um brasileiro chega contaminado de samba e bossa a uma identidade tão bem definida, com suas divisões tão particulares? “Eu tive de entrar nessa linguagem usando o violão de sete cordas. Muitas vezes, faço umas baixarias mesmo, próprias do choro, mas com o suingue deles. Nós, brasileiros, temos isso, de nos encaixar com mais despudor. E eles nos respeitam.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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