Após ter o nome chancelado na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) para assumir uma cadeira no Tribunal de Contas da União (TCU), o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) prometeu “isenção” na hora de julgar processos que envolvem a Petrobras e que até agora eram conduzidos pelo ministro José Jorge. “Eu farei com a isenção que a Constituição exige de um magistrado. Eu farei com o conhecimento técnico de quem, ao longo dos últimos meses, presidiu uma Comissão Parlamentar de Inquérito que versou sobre o problema. Eu farei munido das responsabilidades que tenho há 25 anos como homem público”, disse Vital nesta terça-feira, logo após deixar a sessão da CAE.
Considerado aliado de primeira ordem do governo, o senador preside as duas CPIs que investigam o esquema de corrupção da Petrobras no Congresso e já foi acusado pela oposição de colocar em prática manobras regimentais para que as investigações não avançassem. Entre os processos sob o seu comando, estará o da polêmica compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, que acarretou uma prejuízo de U$S 792 milhões aos cofres públicos. Apesar de a presidente Dilma Rousseff ter estado à frente do Conselho de Administração da estatal na época da operação, o TCU isentou a petista da responsabilidade pela compra da refinaria norte-americana.
Vital disse ainda que encara como um novo “desafio” ser ministro do TCU e que, por isso, está disposto a abrir mão dos quatro anos que ainda lhe restam como senador. “É um desafio, mais um desafio que o Parlamento brasileiro me faz. Um desafio que eu ponderei. Eu tive um longo processo de amadurecimento e entendi que posso ajudar, como ministro do TCU, no exercício do controle externo”, afirmou.
A análise da indicação de Vital foi feita em ritmo acelerado nesta terça-feira. O rito da CAE é que o relator apresente o parecer em uma sessão e a votação só ocorra na próxima reunião do colegiado. Contudo, os integrantes da comissão fizeram a leitura da indicação, a sabatina de Vital e a votação secreta numa mesma reunião. O peemedebista recebeu o apoio unânime de 25 senadores da CAE, que também aprovaram o regime de urgência, o que significa que ainda esta tarde a indicação do senador pode ser apreciada em plenário da Casa. Se for aprovada, terá de passar ainda pela Câmara. Somente após isso ele poderá tomar posse.