O primeiro morto vitimado pelo lançamento de mais de 400 foguetes da Faixa de Gaza contra o sul de Israel na segunda-feira, 12, é um operário palestino que tinha permissão para trabalhar e viver no país. Segundo serviços de segurança israelense, outros cinco palestinos morreram desde ontem em virtude dos ataques aéreos contra o território, o último deles na manhã desta terça-feira, 13.
A vítima foi identificada como Mahmoud Abu Usbeh. Sua família vive na cidade palestina de Halhoul, na Cisjordânia. Ele era casado e tinha seis filhos. “Todo mundo no povoado está muito triste, mas é a vontade de Deus e não há nada que possamos fazer a respeito”, disse Jihad Abu Usbeh, primo de Mahmoud.
O confronto entre o Exército de Israel e grupos armados palestinos na Faixa de Gaza agravou-se nas últimas horas e o risco de uma nova invasão do território aumentou, apesar dos apelos da comunidade internacional contra um novo conflito.
Desde que o Hamas tomou da Autoridade Palestina o controle da Faixa de Gaza, em 2007, foi à guerra com Israel três vezes – a última delas em 2014, quando 2,2 mil palestinos foram mortos. Do lado israelense, 73 pessoas morreram há quatro anos.
No sul de Israel, dezenas de milhares de pessoas buscaram abrigos antibombas nas cidades de Ashkalon e BerSheva. Na Faixa de Gaza, os caças israelenses sobrevoaram o território ao longo da noite destruindo alvos do Hamas. Entre os locais atingidos estão a sede da TV do movimento palestino e um escritório do serviço de segurança.
Em resposta aos 400 foguetes lançados contra o sul de Israel desde a segunda-feira, 12, Israel diz ter atacado mais de 150 alvos do Hamas em Gaza. A Cidade de Gaza, maior do território e lar de 2 milhões de palestinos, amanheceu sob relativa calma, com as ruas desertas e as escolas fechadas. No sul de Israel, também não houve aulas.
O Exército de Israel enviou reforços de infantaria e veículos brigados, junto com baterias antimísseis para a fronteira com o território palestino. Um jornalista da AFP chegou a testemunhar o deslocamento de um tanque blindado.
A recente onda de violência começou depois de uma operação de forças especiais israelenses no domingo, 11, que resultou na morte de um comandante do braço armado do Hamas e vários líderes das Brigadas de Al-Qasam. Em represália, um soldado israelense ficou gravemente ferido, o que resultou nos bombardeios israelenses.
Desde março, 233 palestinos e dois soldados israelenses morreram em ataques esporádicos de Israel contra a Faixa de Gaza e disparos palestinos contra forças israelenses. O governo egípcio e a ONU têm tentado, sem sucesso, intermediar uma trégua. Na quarta-feira, 14, o premiê Binyamin Netanyahu discute a crise com seu gabinete de segurança. (Com agências)