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Vítima de racismo na Rússia, Hulk responde com beijo e marca em empate do Zenit

O brasileiro Hulk, do Zenit, voltou a ser alvo de racismo no futebol russo. Ele foi chamado de “macaco”, neste domingo, por torcedores do Torpedo, durante o jogo entre as duas equipes, que terminou empatado por 1 a 1. O atacante, que fez o gol de seu time, respondeu à ofensa com ironia: levou a mão ao ouvido, simulando querer escutar o xingamento, e depois respondeu com um beijo.

É a segunda vez que Hulk é vítima de manifestações racistas na Rússia. Em setembro passado, torcedores do Spartak, também de Moscou, já o haviam chamado de “macaco”.
Ele pareceu não ter se abalado. “Posso apenas sentir pena do que aconteceu e pedir aos fãs do futebol para respeitar o jogo, os jogadores e manter tudo em bom tom”, disse Hulk ao site do Zenit. “O futebol deve unir as pessoas, e não dividi-los por razões diferentes.”

Sobre sua reação de mandar um beijo para os torcedores, ele explicou: “O que você pode fazer nessas situações além de reagir com um sorriso? Se eu trato os torcedores com respeito, talvez receba o mesmo (respeito) em troca”. Mas ele admitiu não conseguir compreender, aceitar ou explicar o racismo.

O técnico do Zenit, o português André Villa-Boas, foi mais duro que o atacante brasileiro. “O jogo foi lamentável. Futebol ruim, torcedores ruins, por causa dos insultos a Hulk. Os insultos vão correr o mundo e esta é a imagem que fica da Liga Russa.”

Os dirigentes russos não se pronunciaram. No entanto, sabe-se que o racismo é uma das principais preocupações dos organizadores da Copa de 2018, que não sabem como conter a intolerância e temem problemas graves durante o Mundial.

Hulk marcou de falta o gol contra o Torpedo. O Zenit lidera o campeonato com 45 pontos, cinco a mais que o CSKA.

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