Internacional

Vítimas de ataque a mercado kosher são enterradas em Israel

Milhares de pessoas se uniram aos líderes israelenses e às famílias das quatro vítimas judaicas do ataque terrorista a um supermercado kosher para o funeral das vítimas, nesta terça-feira. A cerimônia, transmitida ao vivo por todos os canais de televisão israelenses, transformou-se numa expressão nacional de luto e solidariedade.

Parentes de cada uma das vítimas falou brevemente e acendeu uma tocha em memória de seu ente querido antes de deixar o tablado, atrás do qual havia uma enorme bandeira de Israel. A cerimônia foi encerrada com o hino nacional de Israel.

As quatro vítimas, Yohan Cohen, Yoav Hattab, Philipe Braham e Francois-Michel Saada morreram na sexta-feira durante um tenso impasse no mercado localizado no leste de Paris. Eles estão entre as 17 pessoas assassinadas em três dias de ataques terroristas na capital francesa na semana passada.

As mortes chocaram a comunidade judaica francesa, composta por 500 mil pessoas, a maior da Europa.

O ataque deu início a pedidos dos líderes israelenses para que os judeus franceses imigrem para Israel. A medida foi recebida de forma ambígua na França, onde políticos e líderes judaicos afirmam que os judeus são uma parte integral do país e que uma emigração em massa da comunidade poderia ser considerara um fracasso da república.

Os judeus europeus são profundamente ambivalentes a respeito de deixar os países onde vivem. Embora mantenham laços próximos com Israel, seus líderes comunitários pediram às pessoas que permaneçam onde vivem e não fujam por causa do terror.

Apesar disso, em vez de serem sepultados na França, os corpos das vítimas foram levados a Israel, onde tiveram um funeral semelhante a uma cerimônia oficial.

“Yoav, Yohan, Phillipe, Francois-Michel, esta não é a forma que gostaríamos de recebê-los em Israel”, disse o presidente Reuven Rivlin. “Queríamos vocês vivos, queríamos para vocês a vida. Em momentos como estes, eu fico diante de vocês, com o coração partido, abalado e com dor. Comigo está e chora toda a nação.”

Rivlin, porém, afirmou que os judeus não devem voltar à sua terra ancestral por causa da angústia e do medo da violência. “A terra de Israel é a terra da escolha. Queremos que vocês escolham Israel por causa do amor a Israel”, disse ele.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, cujos críticos domésticos o acusam de ter tido uma resposta excessivamente zelosa e politicamente motivada aos assassinatos de Paris, defendeu o direito de os judeus viverem em segurança em qualquer lugar.

“Eu acredito que eles sabem, em seus corações, que têm um país, o Estado de Israel, que é sua terra natal histórica onde serão sempre bem-vindos de braços abertos”, disse ele. Hoje, mais do que nunca, Israel é a verdadeira casa de todos nós.” Fonte: Associated Press.

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