O resultado das eleições gerais de 2022 indicou ao menos duas perspectivas para o próximo pleito em Osasco. A esquerda recuperou sua força na cidade e o prefeito atual é um bom cabo eleitoral. A constatação é ancorada na vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mesmo que por uma margem mínima, e também na de Rogério Lins (Podemos), que conseguiu eleger seu então secretário Gerson Pessoa (Podemos) como deputado estadual. Para 2024, o confronto que se desenha inclui o parlamentar e seu colega de Casa Emídio de Souza (PT), que governou a cidade entre 2005 e 2012.
Para reforçar a "boa fase", lideranças petistas têm promovido encontros políticos na cidade. No fim de junho, o próprio Emídio organizou um encontro no Sindicato dos Bancários para divulgar as "realizações do terceiro governo Lula". Nas eleições de outubro do ano passado, a vantagem do petista sobre o então presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), não chegou a um ponto porcentual: 50,4% ante 49,6%.
Como consequência, Osasco segue polarizada politicamente. Não há uma vantagem natural para candidatos apoiados nem pelo atual presidente nem pelo seu antecessor no Palácio do Planalto.
Semanalmente, o <b>Estadão</b> mostra como está o "esquenta" na corrida pelas principais prefeituras do Estado. A série teve início com São Paulo, a maior e mais rica cidade do País, com orçamento previsto de R$ 107,3 bilhões para 2024.
Vizinha à capital, Osasco é o sexto município mais populoso do Estado, com 743 mil habitantes, e dono do segundo maior PIB paulista, representando, sozinho, 9,8% das riquezas de São Paulo. Para 2024, a previsão orçamentária da prefeitura é de R$ 5 bilhões.
<b>INFLUÊNCIA</b>
Para seguir influente na política local, Rogério Lins iniciou sua sucessão já no ano passado, quando lançou Gerson Pessoa para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo. Então secretário de Tecnologia e Inovação, Pessoa conseguiu expressivos 143 mil votos e se cacifou para o pleito do Executivo municipal no próximo ano.
Integrante da RenovaBR, escola de formação de lideranças políticas que tem em seu quadro nomes como Eduardo Leite (PSDB) e Tabata Amaral (PSB), Pessoa agora quer avançar nas alianças partidárias para evitar candidaturas concorrentes na centro-direita e polarizar com o PT nas urnas.
Com o apoio da presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu, o deputado também já reúne apoiadores em Osasco para encontros políticos. Em junho, Pessoa fez um evento para apresentar uma espécie de prestação de contas de seu mandato na Assembleia Legislativa, com tom de campanha.
<b>CONCORRENTE</b>
Mas o posto de candidato bolsonarista ou antipetista não está assegurado a Pessoa. A vereadora Ana Paula Rossi (PL), primeira filha do ex-prefeito Francisco Rossi, é cotada para entrar na disputa. No ano passado, ela não conseguiu se eleger deputada estadual, mas ganhou pontos entre os aliados do ex-presidente ao propor e aprovar na Câmara Municipal de Osasco a concessão do título de "cidadão osasquense" a Bolsonaro.
A decisão de lançar ou não candidato próprio na cidade será, segundo o presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, debatida juntamente com Bolsonaro. A intenção do partido é encabeçar chapas nas principais cidades do Estado. Em Osasco, no entanto, há um impasse: a mãe da vereadora, a empresária Ana Maria Rossi, é a atual vice-prefeita.
Na esquerda, além de Emídio, a professora Simony dos Anjos, do PSOL, pode tentar se eleger prefeita da cidade mais uma vez. O partido deixou para setembro o início das conversas sobre 2024 no Estado. Por enquanto, o nome confirmado é apenas do deputado federal Guilherme Boulos, pré-candidato na capital.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>