A VLI e a Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) assinaram nesta segunda-feira, 13, um memorando de entendimento para obras de expansão do Porto de Vitória. De acordo com a empresa, o documento assume que estudos podem concluir pela existência de oportunidade para investimentos em ferrovia, porto e terminais que atinjam até R$ 200 milhões, com o objetivo de aumentar o volume de cargas escoado pelo ativo. No ano passado, a Codesa, que administra os portos de Vitória e de Barra do Riacho, foi privatizada no primeiro leilão de companhia portuária realizado pelo governo Bolsonaro.
Em visita ao porto, na qual participou da assinatura do memorando, o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, voltou a afirmar que o governo respeitará ações concluídas na última gestão. "Estamos analisando todos os contratos fechados anteriormente. Naturalmente passam por revisão, mas vamos respeitar o que foi feito no governo passado desde que tenha sido terminado", disse.
"No porto de Vitória estamos com processo novo, tem poucos meses de concessão. E hoje testemunhamos acordo da VLI que tem a ver com as ferrovias para chegada no porto", afirmou França.
Segundo a VLI, os estudos que serão realizados pela empresa e pela companhia portuária contemplam a análise de capacidades necessárias a acomodar a matriz de carga em estudo, o que inclui adequações e capacitações de ramais ferroviários que acessam o Porto de Vitória, ramais internos à poligonal do terminal, capacidade de píer – envolvendo berços, calado e equipamentos, entre outros aspectos – e sistemas de carregamento, descarregamento e armazenagem estática das cargas a serem movimentadas.
Atualmente a operadora movimenta cerca de 25 milhões de toneladas anuais nos portos e ferrovias do Espírito Santo. O estudo estima um aumento de cerca de 5 milhões de toneladas de granéis sólidos minerais e vegetais à matriz de carga atual nos fluxos de importação e exportação do Estado.
"A VLI vê nesta ocasião mais uma oportunidade de contribuir para o fortalecimento da infraestrutura logística do Espírito Santo e para um atendimento ainda mais amplo aos clientes que movimentam cargas em no sistema portuário do Estado", afirmou o CEO interino da VLI e diretor Financeiro, de Supply Chain e de Serviços da companhia, Fábio Marchiori.
Já o diretor-presidente do Porto de Vitória, Ilson Hulle, disse que a assinatura do memorando é um passo importante dentro do propósito da nova gestão do porto de investir em aumento da capacidade, diversificação de cargas e novas áreas de exploração portuária.
<b>Revisão</b>
Após a agenda no porto, Márcio França foi questionado se o contrato de concessão da Codesa seria revisado pelo atual governo. O ministro voltou a dizer que a gestão está analisando todos os contratos fechados anteriormente, mas reforçou que irá respeitar as operações que já foram concluídas, desde que feitas de maneira legal.
"Há algumas concessões que não foram feitos depósitos, não foram pagas ainda, algumas estão sendo devolvidas, cada caso é um caso diferente. O que foi feito vai ser respeitado desde que cumprida a legislação que era vigente à época", disse França.
Ele ainda destacou que a nova companhia tem diversos contratos a serem assinados, referentes a movimentação de cargas líquidas e contêineres, por exemplo. "O porto tem limitação de calado, mas ainda sim estão encontrando mecanismo de fazer a questão de toda a manobra do navio ser melhor aproveitada", afirmou.
França contou também que levou ao governador do Estado, Renato Casagrande, o desejo da empresa MSC de voltar a atender o porto de Vitória com navios de passageiros. "O governador pediu pra secretária dele avaliar", disse o ministro.