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Você sabe qual é a melhor forma de burlar o bafômetro?

Beber refrigerante, fazer bochecho com enxaguante bucal, comer chocolate, bala, e –os mais populares e que conquistaram as redes sociais com testes e blogs– tomar vinagre e até remédio! Nenhum destes produtos ou qualquer outro conseguem interferir no teste do etilômetro, mais conhecido por bafômetro. Mas o Detran.SP explica qual é o único jeito eficaz: não pegar o volante após ingerir bebida alcoólica.
 
Sabe por quê? – Primeiro o famigerado vinagre. “Esse boato é uma das muitas farsas que circulam nas redes sociais com o objetivo de burlar o teste do bafômetro. Mas o bafômetro mede o álcool ingerido, que passou para a circulação sanguínea e, posteriormente, é exalado dos pulmões para o ar. O vinagre não consegue interferir no etanol exalado para o ar, provindo dos pulmões do motorista”, explica a hepatologista Marta Deguti, do Centro de Gastroenterologia do Hospital 9 de Julho.
 
Na realidade, se o vinagre contiver álcool, isso pode até agravar o resultado positivo do teste.
 
Outro que ganhou fama recente em blogs e redes sociais é o Metadoxil (piridoxina ou vitamina B6). Ele é um medicamento que acelera a metabolização do álcool do fígado e é mais utilizado no tratamento de alcoolismo e alterações no fígado. “Mas ele não interfere na concentração do álcool que está no sangue ou que é exalado e medido no bafômetro”, rebate Marta.
 
Processo lento – O álcool é metabolizado em um ritmo lento, de 0,016% por hora, e isso pode variar muito. “Depende da quantidade ingerida, do tipo de enzima que o fígado do indíviduo possui [há diferentes padrões genéticos], pode ser mais rápido se a pessoa consome grandes quantidades de álcool regularmente, mais lento se o fígado não estiver totalmente saudável.” E, segundo a médica, pode levar até dez horas para que o álcool não seja mais detectado no sangue. “Não há formas eficientes de acelerar esse processo.”
O que é mais fácil calcular é a absorção do álcool pelo nosso organismo. “O álcool é rapidamente absorvido e atinge o pico de concentração no sangue cerca de 30 a 45 minutos após ser ingerido.”
 
O bafômetro é capaz, inclusive, de detectar a presença de álcool se o teste for realizado imediatamente após a pessoa ter consumido alimentos como bombom com licor ou usado antisséptico bucal que contenha álcool. Nesses casos, a orientação é que o motorista informe o fato à autoridade de trânsito no momento da abordagem. Dessa forma, se preciso, o condutor pode fazer bochechos com água a fim de retirar resíduos de álcool da mucosa, antes de realizar o teste ou fazer um novo exame.
 
Recusa ao teste do bafômetro – Nas operações do Programa Direção Segura –blitze coordenadas pelo Detran.SP que integram equipes das polícias Militar, Civil e Técnico-Científica– é comum os motoristas se negarem a fazer o teste do bafômetro na tentativa de escapar de possíveis sanções. Porém, não se submeter ao exame também é uma infração.
 
Quem se nega a fazer o teste do bafômetro recebe multa de R$ 2.934,70 e responde automaticamente a processo de suspensão do direito de dirigir pelo período de um ano. Além disso, cabe esclarecer que, mesmo que o condutor se recuse a soprar o etilômetro, caso o perito da Polícia Técnico-Científica identifique durante o exame clínico que a pessoa não está apta a dirigir, ao ter atitudes como cambalear e falar coisas sem sentido, o cidadão pode responder também por crime de trânsito. A pena é de seis meses a três anos de prisão.
 
 
 
Para quem se submete ao teste do bafômetro, o índice que corresponde a crime é superior a 0,33 miligrama de álcool por litro de ar expelido.
 
Em todos os casos, conforme determina a legislação federal, os condutores autuados pela Lei Seca têm direito à defesa em três instâncias antes da conclusão do processo de suspensão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
 
 
 
Quem for penalizado e for flagrado dirigindo enquanto a CNH está suspensa será multado em R$ 5.869,40 e responderá a processo da cassação do direito de dirigir por dois anos.
 
 
 
“É preciso que as pessoas se conscientizem que dirigir após ingerir bebida alcóolica é um risco à vida não apenas do próprio motorista, mas também das pessoas ao redor. O álcool reduz os reflexos e a capacidade de reação do condutor e dirigir exige máxima atenção. Somente com senso de responsabilidade e engajamento de todos podemos ter um trânsito mais seguro e humano”, destaca Neiva Aparecida Doretto, diretora-vice-presidente do Detran.SP.
 
 
 

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