A perspectiva de recuperação um pouco mais lenta dos EUA em 2015, associada à desaceleração da China e crise mais profunda na Europa, deve provocar uma queda dos termos de troca do Brasil de 12% no próximo ano e de 20% em 2016, comentou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, Tony Volpon, diretor de pesquisas para a América Latina da Nomura Securities. “Esse quadro já afeta o País, com a queda das cotações das commodities, que respondem por cerca de 70% das exportações”, comentou.
Na avaliação de Volpon, a piora das expectativas de investidores internacionais sobre o desempenho da economia mundial colaborou de forma expressiva para que ele alterasse a projeção do câmbio para o final de 2015, de R$ 2,50 para R$ 2,85. Para dezembro deste ano, ele manteve a estimativa de R$ 2,45 do dólar ante o real.
Volpon destacou que o temor em relação ao vírus ebola adiciona preocupações sobre o ritmo do PIB dos EUA no curtíssimo prazo. “Muitas pessoas podem ficar receosas de viajar e sair, o que pode causar algum impacto no PIB do quarto trimestre deste ano, que deverá crescer 3,3%, em termos anualizados”, destacou. Segundo ele, guardadas as proporções, poderia ocorrer no nível de atividade americano impactos de magnitude relevante, a ponto de lembrar os efeitos negativos causados à demanda agregada pela forte frio registrado em janeiro e fevereiro deste ano.
