Carro

Voltado ao trabalho, Gol 2 portas oferece bem mais que o básico

Pouco mais de 20 anos atrás, carros com quatro portas eram exceção. No Brasil, predominavam – até entre os veículos médios – as versões duas portas. Hoje, a lógica é inversa. Com a abertura do mercado para os importados, na primeira metade dos anos 90, o brasileiro começou a perceber que as portas traseiras acrescentavam mais conforto e facilitavam o acesso dos ocupantes. O tempo foi passando, a lógica se inverteu e a exceção, hoje, até entre os compactos, são os duas portas. Tanto que diversos fabricantes nem produzem mais essa versão.
 
A Volkswagen tem em seu portfólio uma das poucas opções entre os compactos duas portas. Trata-se do Novo Gol na versão Trendline, com motor 1.0l MPI de três cilindros (até 82 cv), que o GuarulhosWeb avaliou durante uma semana. O modelo tem preço inicial de R$ 33.620. Apesar de ser o veículo mais barato da VW, está longe de ser um “pé-de-boi”.
 
Ele incorporou o novo desenho da família Gol, apresentado no ano passado, com interior revisto e – dentro de suas limitações – até sofisticado e moderno. Ou seja, trata-se de um pé-de-boi não tão básico como pode parecer, colocando-se como opção bastante atraente ao segmento de prestação de serviço, voltado para o trabalho.
 
Por dentro, o modelo conta – assim como as demais versões – com o painel desenvolvido com base na filosofia “driver oriented”, que propõe botões e comandos posicionados de forma privilegiada para o motorista. Tem visual e acabamento premium, com o console central preparado para receber rádios “double din” de ultima geração.
 
Não é porque se volta ao trabalho que o Gol 2 portas deixou de lado aspectos mais sofisticados. As linhas que determinam o painel estão mais horizontais. As saídas de ar-condicionado contam com um formato angulado funcional, típico de veículos de alto padrão. O instrumento combinado também é inteiramente novo e ganhou iluminação de LEDs em branco. Os bancos são revestidos com o tear “Creta” preto.
 
 
 
Conceito “pé-de-boi” ficou no passado
 
O Novo Gol Trendline 2-portas traz como itens de série direção hidráulica, vidros elétricos e travamento central, além de limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro com temporizador. O modelo também é equipado com o novo conjunto ótico frontal escurecido (com máscara negra), cinto de segurança traseiro retrátil, grade preta, conta-giros (tacômetro) e limpadores do para-brisa aerowischer (que têm aerodinâmica mais eficiente e melhor performance). As rodas são de 14 polegadas, com pneus 175/70 R14 de baixa resistência ao rolamento. O modelo conta de série com banco do motorista com regulagem de altura.
 
O modelo avaliado trouxe como itens opcional, a versão Trendline pode ser equipada com sistema de ar condicionado e pacote “Interatividade”, com sistema de som “Media”, 6 alto-falantes e o exclusivo suporte para celular, capaz de posicionar e carregar smartphones de até 6 polegadas. O “Media” já possibilita as principais funções mais utilizadas em sistemas de som automotivo: Bluetooth com função streaming de áudio, entradas USB/ AUX-IN e para cartões de memória do tipo SD-card.
 
Já fugindo completamente do conceito “pé de boi”, o Novo Gol Trendline oferece o pacote “Interatividade Composition Touch”. Neste caso, o sistema de infotainment  proporciona a reprodução e operação da tela do telefone celular (smartphone) diretamente na tela colorida e de alta resolução do sistema de  infotainment, como se fosse um espelho, e sem comprometer a segurança na condução do veículo.
 
O “Composition Touch” oferece, entre outros itens, tela colorida de 5” de alta resolução sensível ao toque, com funções avançadas de conectividade, como leitor de mensagens (SMS). É compatível com o sistema MirrorLink, para smartphones com a plataforma Android certificados, oferecendo interatividade e entretenimento com segurança.
 
 
 
Motor 3 cilindros garante desempenho e baixo consumo
 
O Novo Gol Trendline 2-portas é equipado com o motor 1.0l de três cilindros Total Flex. Oferece potência máxima de 75 cv a 6.250 rpm, quando abastecido com gasolina, e de 82 cv com etanol. O torque máximo é de, respectivamente, 9,7 kgfm (gasolina) e 10,4 kgfm (etanol), distribuídos na faixa de rotação de 3.000 rpm a 3.800 rpm. Já a partir de 2.000 rpm mais de 85% do torque máximo está disponível. Essa ampla faixa de distribuição do torque, que merece destaque por tratar-se de um motor sem sobrealimentação, melhora o desempenho em baixos regimes e dá fôlego para retomadas de velocidade. Além disso, combina perfeitamente com o câmbio de relações mais longas utilizado em modelos com o foco em economia de combustível.
 
Na prática, ele consegue oferecer boa agilidade no trânsito urbano, em diferentes condições, não se apresentando fraco nem em situações mais complicadas, como longas subidas. Lógico que é necessário reduzir marchar para aproveitar melhor o torque, mas nada que atrapalhe a condução. O ar condicionado, item opcional, só precisa ser desligado em situações mais críticas, como numa ladeira, mesmo quando há um só ocupante.
 
Durante a avaliação, rodando em cidade e estrada, foi possível percorrer mais de 600 quilômetros com gasolina no tanque, sem que o marcador baixasse da marca de um quarto, revelando que a autonomia chega fácil à casa dos 800 quilômetros. Se a condução for apenas em rodovia, dá para afirmar que é possível ir e voltar ao Rio de Janeiro sem precisar reabastece-lo.
 
 
 
 
 
História do Gol duas-portas
 
O Gol nasceu com duas portas, em 1980, numa versão com motor dianteiro refrigerado a ar com 1.300 cm³ e 47 cv (derivado do Fusca) e câmbio de quatro marchas.
 
Em 1981, o Gol duas portas ganhou um motor mais potente, com 1,6 litro e 67 cv, também refrigerado a ar e, já mostrando sua vocação para veículo de trabalho, uma versão furgão, em que as janelas traseiras eram fechadas.
 
Em 1982, o Gol duas portas ganhou sua primeira versão especial, para marcar a realização da Copa do Mundo na Espanha. O Gol Copa foi o precursor de muitas outras séries comemorativas, dedicadas a temas especiais ou com pacotes de equipamento diferenciados voltados a públicos específicos, que viriam ao longo dos anos seguintes.
 
A primeira versão do Gol com motor de quatro cilindros em linha, com refrigeração líquida, com 1,5 litro e câmbio de cinco marchas, foi lançada em 1984. Logo em seguida viriam os motores 1,6 litro e o primeiro Gol GT, com 1,8 litro. Em 1995, os fãs da banda inglesa Rolling Stones puderam comemorar a primeira temporada brasileira do grupo a bordo do Gol Rolling Stones.
 
Trata-se de uma trajetória marcada por uma contínua evolução tecnológica, durante a qual o modelo trouxe para o País novidades que revolucionaram a indústria nacional. Em 1989, por exemplo, o Gol GTI foi o primeiro carro produzido no Brasil a contar com o sistema de injeção eletrônica.

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