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Volume morto pode ter afetado água do interior de SP

A água que sai do Sistema Cantareira para o Rio Atibaia está chegando às estações de tratamento de cidades da região de Campinas (SP) com maior quantidade de minérios e poluentes. Em Atibaia, a cidade paulista abastecida pelo rio que fica mais próxima da represa, os moradores reclamam do cheiro ruim e da cor amarelada. A água que sai das torneiras mancha as roupas e louças sanitárias.

O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) afirma que o problema decorre da estiagem e do uso do volume morto nas represas do Cantareira pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para abastecer a Grande São Paulo.

De acordo com a autarquia, houve um aumento de minérios como o ferro e manganês na água do Rio Atibaia e, mesmo após o tratamento, o líquido às vezes apresenta alteração na cor. A água, que após o tratamento apresentava 5 uH – unidade que mede a coloração por minérios -, passou a apresentar até 11 uh.

Ainda segundo o órgão, o problema se agravou depois que a Sabesp passou a operar a segunda quota do volume morto, no mês passado. Apesar disso, esclareceu o SAAE, a água está dentro dos limites de potabilidade estabelecidos pela legislação e não apresenta riscos. A Portaria 2914/11 do Ministério da Saúde estabelece para cor o limite de 15 uh.

Em Campinas, que também capta água no Rio Atibaia, houve significativa piora na qualidade da água, porém, segundo a Sanasa, empresa de saneamento do município, o problema vem acontecendo desde que o rio teve a vazão diminuída por conta da crise hídrica.

“Tivemos uma alta concentração de poluentes e baixa oxigenação da água, o que ocorre quando a vazão é baixa, afetando o tratamento”, informou a empresa. Houve a necessidade de aumentar a diluição de produtos químicos durante o tratamento – a de cloro, por exemplo, foi aumentada em 500%.

A Sabesp informou que o monitoramento da qualidade da água do Cantareira é feito pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). De acordo com a Cetesb, segundo os últimos dados do monitoramento da qualidade das águas desse manancial, que são de outubro, não há indicações de aumento de teores de ferro e manganês, não sendo possível fazer correlação entre esse fenômeno e o uso do volume morto das represas do sistema.

A análise das amostras coletadas em novembro, no entanto, só deverá ficar pronta em meados deste mês de dezembro. Segundo os técnicos da área de qualidade das águas da companhia, a alteração também pode ser consequência de outros fatores, como as últimas chuvas na região e as condições de operação da estação de tratamento.

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