O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, voltou a afirmar nesta sexta-feira, 18, que o governo tem pressa para concluir o processo de impeachment, mas reconheceu que não seria “fácil” para a presidente Dilma Rousseff tomar a decisão de convocar o Congresso e cancelar o recesso dos parlamentares.
“Se ela decidir formalizar (o pedido), não é fácil, porque hoje já é sexta-feira, nós estamos adentrando ao recesso”, afirmou. Wagner defendeu que o melhor caminho seria um recesso mais curto, no qual deputados e senadores voltassem a trabalhar no dia 4 de janeiro e não em 2 de fevereiro. “O processo do impeachment não pode se arrastar. Essa sempre foi a posição da presidente Dilma, que ele fosse decidido rapidamente, assim ou assado.”
Nesta quinta-feira, o presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), anunciou que não convocaria os parlamentares durante o recesso, que tem início no dia 23 de dezembro.
Wagner defendeu ainda que a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o rito do impeachment não foi a favor do governo, mas sim da democracia. “Eu não vejo qualquer conotação para cá ou para lá, a favor de fulano e de sicrano. Eu creio que foi uma decisão a favor da democracia e da estabilidade democrática”, afirmou. Para Wagner, o STF deu ao processo de afastamento de um presidente “a importância que ele merece”.
O ministro-chefe da Casa Civil voltou a defender a tese do governo de que não há justificativa legal para o impeachment e que a presidente Dilma “carrega legitimidade” para continuar no cargo.