Economia

Weidmann diz que governo não deve aumentar gastos para apoiar zona do euro

O presidente do banco central da Alemanha (Bundesbank), Jens Weidmann, saiu em defesa das políticas econômicas cuidadosas de seu país e disse nesta quinta-feira que o governo alemão não deve impulsionar gastos para dar apoio ao crescimento da zona do euro.

Os comentários foram feitos em meio a debates entre os maiores partidos políticos da Alemanha sobre as futuras prioridades de um possível governo de coalizão.

Durante uma conferência em Frankfurt, Weidmann afirmou que gastos adicionais do governo teriam pouco impacto na limitação dos superávits estrangeiros da Alemanha ou no apoio à economia da zona do euro. De acordo com o dirigente, o atual superávit comercial de US$ 290 bilhões – o maior do mundo em dólar – é apropriado, dadas as necessidades de uma população em processo de envelhecimento, um euro fraco e baixos preços das commodities.

“Nenhum grande país industrializado irá crescer tão lentamente, em termos econômicos, nas próximas décadas como a Alemanha”, pontuou Weidmann. “Ativos estrangeiros acumulados possibilitarão à economia alemã participar do crescimento econômico potencialmente mais dinâmico em outros lugares”.

Nos últimos anos, a Alemanha tem sido pressionada por outros países a impulsionar os gastos do governo e as importações para ajudar a limitar desequilíbrios econômicos globais e apoiar o crescimento mundial.

O país, no entanto, tem ignorado essa pressão, agarrando-se a um pedido altamente popular de que o orçamento nacional se mantenha em equilíbrio.

Ontem, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, contribuiu para o debate, argumentando que os superávits comerciais da Alemanha estão “muito grandes” e que o país deveria quebrar as regras de seu orçamento equilibrado para investir mais em infraestrutura pública.

“Nós precisamos perguntas às famílias e às empresas alemãs sobre o porquê de guardar tanto dinheiro e investir tão pouco e quais políticas podem resolver essa tensão”, escreveu Lagarde numa postagem em um blog. “Aumentar o investimento na economia alemã e reduzir a necessidade de guardar dinheiro para a aposentadoria ao encorajar trabalhadores mais velhos a permanecer na força de trabalho pode reduzir o superávit”, disse.

Para Weidmann, a solução é atrair mais investimento privado ao criar um ambiente mais favorável aos negócios na Alemanha. Segundo ele, o governo poderia apoiar uma mudança para energia renovável ou lançar uma rede de banda larga nacional.

“Remover barreiras do setor de serviços e abrir profissões fechadas pode fornecer um ímpeto para crescimento mais forte da produtividade”, acrescentou. Fonte: Dow Jones Newswires.

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