Ambos agora estão mortos. William Hanna morreu m 2001, aos 90 anos. Joseph Barbera em 2006, aos 95. Hanna nasceu em 14 de julho de 1910, o que significa que, nesta terça-feira, se comemoram 110 anos de seu nascimento. Hanna estudou engenharia, mas, durante a depressão econômica dos anos 1930, a necessidade de sobreviver obrigou-o a procurar trabalho como desenhista. Tomou gosto, descobriu sua vocação.
Ainda durante os anos 1930 assumiu a direção do departamento de animação da Metro. Foi aí que conheceu Joseph Barbera. Iniciaram uma dupla que fez história. Criaram Tom e Jerry. No estúdio, promoveram o casamento da animação com a live action em filmes como o musical Marujos do Amor/Anchors Aweigh, de George Sidney, de 145, em que Gene Kelly dança com o gato e o camundongo.
Eram outros tempos da animação, a era Disney, dos desenhos bidimensionais. Ainda estavam longe os computadores e as ferramentas digitais. Os desenhos eram criados manualmente, por batalhões de desenhistas habilidosos. Nos 1950, quando a Metro fechou o departamento de animação, Hanna e Barbera pegaram o bonde da história e bandearam-se para a TV. Em 1957, criaram oficialmente a Hanna-Barbera e lançaram Jambo e Ruivão. Seguiram-se Os Jetsons, Manda-Chuva, Dom Pixote, Pepe Legal. Em 1958, um personagem secundário de Dom Pixote – Yogi Bear/Zé Colmeia – fez tanto sucesso que ganhou série própria. A Hanna-Barbera venceu sete Emmys, o Oscar da televisão.
Hanna e Barbera produziram Scooby Doo, série com personagens criados pela dupla Joe Ruby e Ken Spears, que durou 30 temporadas e teve mais de 580 episódios. Virou um fenômeno de longevidade, perdendo, por enquanto, somente para Os Simpsons. Nos anos 1960, com a história de uma família de classe média durante a Idade da Pedra – Os Flintstones -, lograram o que parecia impossível. Levaram as séries animadas para o horário nobre da TV. Com 166 episódios, e ao longo de seis temporadas, calcula-se que a série tenha atingido mais de 300 milhões de espectadores em cerca de 80 países. Um sucesso que, de alguma forma, abriu caminho para a família disfuncional dos Simpsons. Os Flinstones e seus filhos, amigos, embora vivendo na Idade da Pedra – e tendo um dinossauro, Dino, como animal de estimação -, não diferiam das típicas famílias norte-americanas da época. A América olhava-se no espelho, e achava graça. Hanna e Barbera foram – permanecem – grandes.