A organização de Wimbledon ignorou as críticas recentes de Rafael Nadal quanto ao seu sistema de definição de cabeças de chave e confirmou nesta quarta-feira que o suíço Roger Federer será mesmo o segundo na lista de pré-classificados, à frente do espanhol. O sistema usado pelo Grand Slam britânico inverte a posição dos dois tenistas no ranking da ATP.
Nadal é o atual número dois do mundo, enquanto Federer é o terceiro. Esta ordem é respeitada em todos os torneios do circuito, com exceção de Wimbledon. Nem mesmo os demais Grand Slams alteram esta definição. Mas a competição inglesa usa sistema diferente, que adota o ranking como base, mas leva em conta também os resultados dos tenistas na grama nos dois anos anteriores para definir a ordem dos seus 32 cabeças de chave.
Para efeito de comparação, Nadal fez apenas uma final sobre a grama nos últimos oito anos (em Stuttgart, em 2015), enquanto Federer esteve em 13 decisões neste mesmo período. O sistema, contudo, costuma gerar críticas entre os tenistas. O próprio Nadal já reclamou da fórmula diversas vezes.
“Eu não acho que seja uma coisa boa Wimbledon ser o único que usa sua própria fórmula para definir os cabeças de chave”, disse o espanhol, na terça-feira, em entrevista a um canal de TV espanhol. “É melhor ser segundo do que terceiro, mas se eles consideram que eu devo ser o terceiro, vou aceitar.”
Na prática, por ser o terceiro cabeça de chave, Nadal pode ter mais dificuldade para chegar ao título. Isso porque poderia enfrentar Federer e o sérvio Novak Djokovic, numa eventual semifinal e final, em jogos seguidos. Se fosse o segundo cabeça, poderia encarar apenas um deles em seu caminho ao troféu.
Pela definição de Wimbledon, Djokovic será o cabeça de chave número um, como era esperado. Assim, só poderá enfrentar Federer, recordista de títulos do torneio, com oito troféus, em uma eventual final. O sorteio da chave vai definir se Nadal poderá encarar Federer ou Djokovic na semifinal.
O sistema de Wimbledon não inverteu apenas as posições do suíço e do espanhol. O sul-africano Kevin Anderson foi beneficiado, por ser o atual vice-campeão. Atual número oito do mundo, será o quarto cabeça. O croata Marin Cilic, finalista em 2017, pulou do 18º para o 13º posto na lista.
Já o austríaco Dominic Thiem, atual vice em Roland Garros, foi prejudicado pela fórmula inglesa. Ele caiu do quarto para o quinto lugar na lista dos cabeças. Como consequência, poderá encarar os três principais favoritos já na fase de quartas de final. Se fosse o quarto pré-classificado, só encontraria o trio na semifinal.
Na relação feminina, não houve surpresas. Atual número 1 do mundo, a australiana Ashleigh Bart manteve a posição de cabeça um, à frente da japonesa Naomi Osaka e da checa Karolina Pliskova, nesta ordem. Dona de sete títulos em Wimbledon, a norte-americana Serena Williams figura no 11º lugar, assim como acontece no ranking da WTA.