O ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel afirmou que houve um "fato gravíssimo" de intervenção do governo federal em sua gestão para promover alterações na estrutura de governo. Segundo ele, o fato só será revelado se houver uma sessão em sigilo de Justiça.
Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Witzel reforçou o discurso de que não há intervenção estadual nos hospitais federais, que classificou como "intocáveis". "Tem um dono e essa CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) pode descobrir quem é o dono daqueles hospitais", afirmou.
O ex-governador ainda pontuou que "não havia uma coordenação" nacional no combate à pandemia da covid-19. Segundo ele, logo após serem decretadas medidas estaduais contra o vírus, o presidente Jair Bolsonaro fazia um pronunciamento minimizando a doença. "Havia um pronunciamento oficial, que eu entendo como um pronunciamento criminoso, que impedia o governador de fazer o trabalho dele", disse, citando os episódios que Bolsonaro classificou o vírus como uma "gripezinha". Witzel afirmou que a omissão federal foi a maior dificuldade no combate à pandemia.
Witzel ainda avaliou que, na atual gestão estadual, comandada por Cláudio Castro, há uma mudança da relação entre o governo Bolsonaro e o Estado do Rio de Janeiro. "Atual governador do Rio de Janeiro apoia Bolsonaro, se fosse eu, não haveria carreata e motociata", declarou.