Enfim, o primeiro título de Grand Slam. Nove anos após sua primeira final, a tenista dinamarquesa Caroline Wozniacki conquistou neste sábado o troféu do Aberto da Austrália ao superar na final a romena Simona Halep por 2 sets a 1, com parciais de 7/6 (7/2), 3/6 e 6/4, num dos melhores jogos da competição.
Wozniacki vinha de dois vice-campeonatos de Grand Slam na carreira, sendo o primeiro deles em 2009, no US Open – o roteiro se repetiu em 2012, também em Nova York. Assim, precisou de nove anos para faturar o primeiro Slam da carreira. Curiosamente, sua rival também tinha dois vices (em 2014 e 2017 em Roland Garros) e sonhava com a primeira conquista.
O almejado troféu também encerrará outro jejum na trajetória de Wozniacki. Ela voltará ao posto de número 1 do mundo, desbancando a própria Halep, seis anos após ocupar o topo pela última vez. As duas finalistas em Melbourne integram um restrito grupo de sete tenistas que alcançara o topo do ranking sem ganhar um Grand Slam antes.
Wozniacki acabou de deixar este grupo ao exibir grande campanha na Austrália. Assim como Halep, ela precisou salvar match points em sua trajetória até a final. E, apesar dos sustos, vinha se destacando na quadra dura do primeiro Grand Slam do ano, sendo considerada uma das favoritas desde o começo da temporada.
A retomada da dinamarquesa no circuito se iniciou no ano passado, quando exibiu forte regularidade, mas teve mais motivos para lamentar do que para comemorar. Isso porque disputou oito finais ao longo de 2017, porém levantou apenas dois troféus. Curiosamente, a conquistas vieram na reta final da temporada, incluído o título do Masters da WTA.
A trajetória iniciada em 2017 culminou na final deste sábado, em que tanto Wozniacki quanto Halep exibiram um tênis de alto nível, com longas e disputadas trocas de bola. Ambas mostraram um forte preparo físico, exigido até o último ponto, numa das melhores finais femininas de Grand Slam dos últimos anos.
O JOGO – Wozniacki começou melhor a final deste sábado. Mais agressiva, quebrou rapidamente o saque de Halep e abriu 2/0. A romena demorou para equilibrar o jogo, mas devolveu a quebra em momento decisivo, quando a rival sacava para fechar o set. No tie break, porém, a dinamarquesa não hesitou e garantiu o primeiro set.
Como aconteceu no set inicial, Halep começou a segunda parcial com o saque em risco. E precisou salvar quatro break points para manter o serviço. Wozniacki seguia ligeiramente melhor em quadra, enquanto a adversária já demonstrava certo desgaste físico. Halep chegou a receber atendimento médico em quadra para medir a pressão.
Ao voltar ao jogo, adotou postura mais cautelosa. Tentava acelerar os pontos e evitava gastar energia até nas comemorações de pontos. A tática deu certo e ela quebrou o saque da dinamarquesa no oitavo game, fazendo 5/3. Na sequência, demonstrou sentir cãibras na perna esquerda.
E, com dificuldades, salvou break points e desperdiçou dois set points antes de fechar o game e o set, no sufoco. Abatida, a romena deu sorte porque, ao fim da parcial, a organização anunciou uma pausa de 10 minutos, em razão das altas temperatura e umidade na partida – o jogo havia começado com 32 graus na Rod Laver Arena.
O terceiro set foi marcado pelas oscilações de ambas as tenistas. No início, elas se alternaram em quebras de saque. Quando passou a mostrar abatimento, Wozniacki pediu atendimento médico por conta de dores na perna esquerda. O duelo mental se intensificou quando houve empate em 4/4.
A dinamarquesa, então, conseguiu acertar belos pontos, confirmando seu serviço. Na sequência, passou a pressionar o saque de Halep, que oscilou e acabou cedendo a quebra, finalizando o duelo em 2h50min. Wozniacki terminou a partida com menos bolas vencedoras: 25 a 40. Porém, falhou menos. Foram 28 erros não forçados, contra 47 da romena.