Os ataques da Rússia sobre a Ucrânia, que já duram mais de um ano, vêm tendo enorme reflexo no tênis. Jogadoras ucranianas, depois de relutarem em enfrentar rivais russas e belarussas no circuito – muitas desistiram destes jogos -, aceitaram entrar em quadra, mas desde que não sejam obrigadas a cumprimentar as adversárias após as partidas. A WTA, para evitar constrangimento e até vaias às jogadoras, divulgou nesta segunda-feira que os tradicionais apertos de mão, abraços e beijos não são mais obrigados entre oponentes destes países.
A decisão contempla um pedido da ucraniana Elina Svitolina ainda no domingo, quando ela superou a russa Victoria Azarenka e, por orgulho de seu atacado país, não foi até a rede cumprimentar a rival derrotada em jogo das oitavas de final do Torneio de Wimbledon. O público presente na quadra vaiou a atitude, sobretudo quando a experiente jogadora deixava a quadra.
Azarenka simulou um gesto que estava algemada, ou de mãos atadas, sobre a situação entre os países. Muitas tenistas da Rússia lamentam veementemente os ataques, mas não conseguem mudar o rumo da história. Depois do jogo, a russa ainda admitiu que já esperava pela decisão de Svitolina, mas não queria ser a vilã.
A WTA quebrou o silêncio e saiu em defesa das jogadoras, pedindo que o público entenda a situação e mantenha respeito às atletas. "Após as infelizes circunstâncias e mal-entendidos na partida de ontem (domingo) em Wimbledon (juntamente com outras partidas nas últimas semanas), a WTA gostaria de fornecer clareza sobre os apertos de mão pós-jogo. Devido à condenável guerra em curso, a WTA respeita a posição dos atletas ucranianos em renunciar à tradição de apertar a mão dos adversários (da Rússia e de Belarus) no final de uma partida, pois esta é uma decisão pessoal", afirmou.
A entidade que comanda o tênis feminino ainda pediu um pouco de compaixão dos torcedores. "Temos alguns dos melhores fãs do mundo e somos gratos por sua paixão e dedicação, e agradecemos a compreensão e respeito pelos atletas."