O xeque Salman Bin Ibrahim al-Khalifa, do Bahrein, esquentou a briga pela presidência da Fifa nesta terça-feira ao declarar que seu principal rival nas eleições, o suíço Gianni Infantino, levará a entidade máxima do futebol mundial à falência. Segundo o xeque, seu oponente vai causar a “quebra” das finanças por causa da elevação dos pagamentos regulares às associações filiadas à Fifa.
O candidato do Bahrein estima até um valor para o futuro déficit da entidade: US$ 560 milhões. O número contrasta com as reservas que o suíço Joseph Blatter alega ter acumulado recentemente à frente da entidade. Seria cerca de US$ 1,523 bilhão, pelos números de 2014 – o balanço de 2015 não deve ser publicado antes da eleição, a ser realizada nesta sexta-feira.
Salman, contudo, afirma que esse valor deve sofrer uma forte queda em razão da saída de patrocinadores da Fifa, na esteira dos escândalos de corrupção que vêm manchando a imagem da entidade. O xeque, membro do comitê financeiro da entidade, estima perda relevante no ciclo que se encerrará na Copa do Mundo de 2018.
“O déficit esperado para os próximos quatro anos é de US$ 560 milhões. Isto será retirado da reserva”, disse o candidato à presidência da Fifa, em entrevista à agência Associated Press. Para Salman, esta previsão de déficit vai de encontro às promessas de Infantino, que pretende aumentar a distribuição de dividendos às entidades filiadas.
“Se você é o presidente de uma empresa que está sofrendo perdas e você diz que vai distribuir dividendos aos acionistas, isto não faz o menor sentido”, criticou o xeque do Bahrein.
Infantino prometeu recentemente oferecer US$ 5 milhões aos 209 membros filiados à Fifa para investir em projetos de desenvolvimento. Trata-se de forte aumento, em comparação aos US$ 2,05 milhões distribuídos às associações entre os anos de 2011 e 2014. Salman, por sua vez, pretende oferecer fundos somente para projetos específicos em países mais necessitados.
“Eu acho que em três anos nós a Fifa vamos à falência. É isso que vai acontecer. Todo mundo sabe que isso não pode acontecer. Os números não fecham de jeito nenhum”, enfatizou o xeque, um dos favoritos a vencer a eleição de sexta, em Zurique. “Não cabe a um presidente eleito tomar uma decisão arriscada como essa. Que tipo de democracia e que tipo de organização deve ser gerida por um homem assim”, atacou Salman.
O xeque avisou que, caso perca a eleição para Infantino, vai tentar bloquear esta proposta de distribuição de dividendos. “Se eu não vencer, eu ainda serei um dos vice-presidentes da Fifa e sempre vou fazer o que é certo para a organização manter o apoio aos países”, declarou Salman, que é atualmente o presidente da Confederação Asiática de Futebol.