Novos ataques verbais duros aos Estados Unidos pela liderança de Pequim demonstram o quão instáveis se tornaram as relações entre as duas maiores potências do mundo. Nesta semana, o presidente da China, Xi Jinping, e seu ministro das Relações Exteriores acusaram Washington de suprimir o desenvolvimento chinês e levar os dois países ao conflito.
"Tudo o que o outro lado faz é visto como negativo e feito com más intenções", disse Suisheng Zhao, especialista em política externa da China na Universidade de Denver. "Essa é a mentalidade da Guerra Fria."
Xi elevou a tensão retórica com uma acusação vinda diretamente daquela era passada, um colapso que ambos os lados insistem que não desejam. Segundo Xi, a China enfrenta "contenção, cerco e repressão total" nas mãos de nações ocidentais aliadas aos EUA.
Na terça-feira, seu novo ministro das Relações Exteriores, Qin Gang, alertou que, a menos que os EUA mudem de rumo, "certamente haverá conflito e confronto".
Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, John Kirby, quando questionado sobre a retórica de Pequim, disse que a política do governo Biden permanece inalterada: busca competição com a China, não conflito.
"Não há nada sobre a nossa abordagem a este relacionamento bilateral tão importante que deva levar alguém a pensar que queremos conflito", disse ele a repórteres ontem. "Nós absolutamente queremos mantê-lo nesse nível."