A rodada de estreia do Brasileirão marcou o retorno dos 20 times da primeira divisão ao torneio nacional. Voltaram também as polêmicas com a arbitragem que, apesar das novas determinações – como a que faz com que os árbitros devam explicar ao público por microfone as decisões tomadas pelo VAR -, ficou marcada por controvérsias em pelo menos em quatro jogos. Veja o que os árbitros relataram nas súmulas sobre os lances que geraram reclamações por parte dos clubes.
ATLÉTICO-GO 1 X 2 FLAMENGO
Sediada no Estádio Serra Dourada, a partida foi a que mais gerou reclamações na rodada. Logo no começo, o árbitro André Luiz Skettino (MG) expulsou o técnico do Atlético-GO, Jair Ventura. Na súmula, o juiz revela os xingamentos feitos pelo treinador. "Após a informação do Árbitro Assistente 1, Felipe Alan (Costa de Oliveira), expulsei de forma direta o Jair Ventura, técnico da equipe do Atlético-GO, por proferir na direção do árbitro da partida as seguintes palavras: Dá cartão, seu f… , e após para o Assistente 1, vai tomar no seu c… ", anotou.
O árbitro justifica também a expulsão de Maguinho em lance que levou ao pênalti que deu a vitória ao Flamengo. Punido por "jogo brusco grave", o jogador acertou o rosto do flamenguista Bruno Henrique com o cotovelo. "O jogador atingido teve um sangramento na boca por essa ação, foi atendido e continuou na partida normalmente", informou. Posteriormente, imagens do corte sofrido pelo atleta foram publicadas nas redes sociais do clube carioca.
Em outro lance questionado pelos mandantes, o da expulsão de Alix Vinicius, Skettino é mais breve. Diz apenas que mandou o jogador embora mais cedo por "impedir uma oportunidade clara de gol, fora da área penal." Já os flamenguistas reclamaram do cartão amarelo dado a Alejo Cruz, que fez uma entrada no peito de Ayrton Lucas. A explicação foi padrão: "Dar uma entrada de maneira temerária contra seu adversário, na disputa de bola."
A súmula informa ainda outros xingamentos sofridos pela equipe de arbitragem. Entre os citados, estava o mascote do Atlético-GO, que proferiu ofensas diretas aos juízes, e o preparador de goleiros do clube, Claudio Cerqueira, que "incitou com gestos sua torcida para que xingassem a equipe de arbitragem" ao fim do primeiro tempo. Skettino anotou no documento ainda a entrevista cedida após o jogo por Luiz Fernando, atleta do time goiano. O árbitro diz que teve sua honra ferida pelo jogador, que questionou suas intenções.
CORINTHIANS 0 X 0 ATLÉTICO-MG
O empate entre Corinthians e Atlético-MG também gerou controvérsias. Na metade do primeiro tempo, Yuri Elino Ferreira da Cruz (RJ) deu apenas um cartão amarelo a lance considerado agressivo protagonizado por Fagner, do Corinthians. O atleta acertou o tornozelo de Guilherme Arana e atingiu Matías Zaracho com as travas da chuteira, o que foi considerado "dar ou tentar dar uma rasteira ou um calço em um adversário de maneira temerária na disputa da bola".
Após a partida, o Atlético-MG fez postagem em suas redes sociais mostrando imagens da perna do jogador atingido e o momento da agressão. "Isso é lance de amarelo? Cadê o VAR?!", questionou o clube.
Os torcedores mineiros reclamaram ainda do lance que expulsou Battaglia ao final do primeiro tempo. Considerado rigoroso, Ferreira informa que o segundo cartão amarelo foi dado pela falta cometida para impedir ataque promissor. "informo que o mesmo, após ser expulso, veio em minha direção e de forma agressiva proferiu as seguintes palavras: você está errado! Está caindo na pressão! "
O árbitro também expulsou António Oliveira, técnico da equipe do Corinthians, depois do término da partida, por protestar contra as decisões da equipe de arbitragem. "Você errou! Quis compensar!", disse o técnico do mandante.
VASCO 2 X 1 GRÊMIO
No Rio de Janeiro, a polêmica maior foi em relação ao pênalti não dado ao Grêmio. No lance, a bola toca no braço de Lucas Piton dentro da área. Apesar de chamado pelo VAR, Flavio Rodrigues de Souza (SP) manteve sua decisão de campo e determinou o toque como acidental. O árbitro informou em súmula que, no intervalo da partida, foi interceptado pelo vice-presidente de futebol do Grêmio, Antônio Brum.
O documento informa que Brum "protestou contra a decisão da equipe de arbitragem dirigindo a mim as seguintes palavras: isso é muito pênalti, o VAR te chamou, como não me marca uma cortada de vôlei dessa? Não adianta olhar com cara feia para mim que eu não tenho medo de você ". No retorno para o segundo tempo, o dirigente estava aguardando a arbitragem no gramado e foi contido por intervenção policial.