A secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, demonstrou otimismo nesta terça-feira sobre o quadro atual, ao projetar uma "retomada forte" e "substancial" da economia norte-americana nos próximos meses. Ela disse acreditar que os EUA voltarão a um quadro de pleno emprego, em 2022, e que não prevê que a inflação possa ser um problema, embora tenha notado que "monitoramos cuidadosamente" a trajetória dos preços.
Yellen concedeu entrevista em evento virtual do <i>Wall Street Journal</i>. Em sua fala, ela notou que, se a inflação for um problema, há meios para enfrentá-lo. "Não estou prevendo ou recomendando que o Fed eleve os juros, eu mais do que ninguém defendo a independência dele", comentou ela, que já foi presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Com a melhora da economia, Yellen disse esperar ver um crescimento na taxa de participação de força de trabalho no país, especialmente com mais mulheres voltando ao mercado.
Ela também defendeu as medidas de estímulo do governo Joe Biden e não previu que isso possa causar aquecimento excessivo da economia. "Mas estamos atentos" ao risco, garantiu.
Yellen também comentou a intenção do governo Biden de elevar impostos para empresas no país. Ela lembrou que, mesmo se o aumento se confirmar, os impostos seguirão abaixo do nível de boa parte do período desde a Segunda Guerra no país.
E também defendeu que exista "algum espaço fiscal" para lidar com emergências. Para Yellen, a trajetória fiscal dos EUA "não é insustentável".
A secretária ainda disse que o governo norte-americano está em contato ativamente com outros países, a fim de buscar um nível mínimo nos impostos corporativos em nível global.
Segundo ela, o governo pretende dificultar que empresas com negócios concentrados nos EUA possam mudar seus negócios para paraísos fiscais.