Edcarlos Conceição Santos. O torcedor do São Paulo deve recordá-lo pelo primeiro nome. Zagueiro, campeão brasileiro, continental e mundial com a camisa tricolor. Aos 38 anos, após pendurar as chuteiras, Edcarlos trocou os uniformes pelo traje social completo. De terno e gravata, o ex-jogador agora ocupa o cargo de coordenador nacional da Secretaria de Futebol e Direito do Torcedor do Ministério do Esporte.
Apesar de largar as atividades no gramado, Edcarlos continua próximo dos clubes de futebol. Recentemente, fez visita ao CT do Vitória, na Bahia. Mas sua vida entre a Esplanada dos Ministérios e o Congresso Nacional, em Brasília, é mais agitada. No início de junho, foi a uma comissão na Câmara dos Deputados para debater os casos reiterados de racismo contra o atacante Vinícius Júnior, na Espanha.
"Em nome do Ministério do Esporte, deixamos claro que isso (racismo) não pode acontecer mais, seja no futebol ou em qualquer outra ocasião. Esses casos precisam ser punidos devidamente para que não aconteçam mais", escreveu Edcarlos em suas redes sociais.
CONQUISTAS HISTÓRICAS
Edcarlos começou a carreira no São Paulo, sendo formado pelas categorias de base da equipe tricolor. Ele ganhou sua primeira oportunidade no time profissional pelas mãos do ex-goleiro e técnico Emerson Leão, que forjou o time que viria a ser campeão da Libertadores e Mundial em 2005. O zagueiro participou nas maiores conquistas do clube no século, sendo titular na vitória sobre o Liverpool por 1 a 0, em Yokohama.
Pelo destaque que teve com a camisa do clube do Morumbi, Edcarlos foi convocado para defender a seleção brasileira sub-20 e atuou no Mundial da categoria na Holanda, também em 2005. No torneio, foi apontado para a tarefa de marcar ninguém menos que Lionel Messi. O craque, porém, se saiu muito bem, marcou o primeiro gol da Argentina naquela semifinal e despachou o Brasil com vitória por 2 a 1.
Aos poucos, o zagueiro ganhou atenção do mercado europeu e foi defender o Benfica em 2007. O retorno ao futebol brasileiro se deu por meio do Fluminense. Mas sua passagem em outra equipe tricolor não foi bem sucedida. Atuações infelizes custaram a paciência do torcedor em 2009, ano em que o time comandado por Cuca se salvou com enorme sofrimento.
Em sua carreira, Edcarlos colecionou algumas passagens por clubes estrangeiros. Foi ao México atuar pelo Cruz Azul, entre 2010 e 2011, à Coreia do Sul, em 2013, para jogar pelo Seongnam, e ao Paraguai, onde atuou no tricampeão continental Olimpia, em 2017.
Após períodos tímidos em trabalhos no Cruzeiro, em que foi campeão do Mineiro, e no Grêmio, Edcarlos voltou a se encontrar no Atlético-MG, entre 2014 e 2016. Com o uniforme atleticano participou das conquistas da Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil de 2014 e do título estadual de 2015. Quando voltou do Paraguai, Edcarlos ainda jogou por Goiás, Vitória e Juventude até chegar ao Betim, do interior de Minas Gerais, último clube pelo qual atuou profissionalmente.