A Turquia continua sua caminhada dos sonhos na Eurocopa disputada em solo alemão. Depois de superar Geórgia e República Checa na fase de grupos, passou pela Áustria nas oitavas de final nesta terça-feira e terá pela frente a Holanda nas quartas. A emocionante e festejada classificação veio com dois gols do zagueiro Demiral após cobranças de escanteio, e com um sofrido e espetacular 2 a 1 na Red Bull Arena, em Leipzig.
O jogo entre os "azarões" foi disputado em alta intensidade, com as equipes buscando o gol desde o apito inicial e criando emoções aos montes. Após abrir o placar ainda no primeiro minuto, a Turquia levou enorme sufoco, não conseguindo respiro nem quando ampliou. Os austríacos foram guerreiros, diminuíram, batalharam intensamente, mas viram o goleiro Günok fazer um milagre aos 49 minutos para definir a classificação turca.
Grande surpresa da fase de classificação ao terminar no topo de grupo com França e Holanda, a Áustria chegou empolgada em Leipzig. Mas tinha, pela frente, além de uma Turquia também embalada por duas vitórias, um estádio quase todo contra. Os turcos dominaram as arquibancadas da Red Bull Arena, em Leipzig.
Sob enorme incentivo, a Turquia precisou de somente 57 segundos para abrir o marcador – segundo gol mais rápido da história da Eurocopa. Após cobrança de escanteio de Arda Güler, zagueiros e o goleiro Pentz se atrapalharam para cortar e o defensor Demiral aproveitou a sobra para mandar às redes e fazer enorme festa.
A resposta quase veio de imediato. A Áustria saiu com tudo em busca do empate e Sabitzer bateu raspando. Logo depois, Baumgartner não conseguiu o desvio na pequena área. Foram três chances em sete minutos, já que Lienhart ainda cabeceou sozinho, pelo alto.
Vendo sua seleção passando aperto, os torcedores turcos tentavam ajudar com vaias quando os adversários tinham a bola nos pés. O enorme frisson servia para acalmar seus ídolos em campo e fazê-los também jogar bola.
Sem o astro Çalhanoglu, suspenso, a dúvida era como seria o comportamento dos turcos em campo. Muitos apostavam em uma postura defensiva, mas não foi o que ocorreu. Depois de abrir o marcador e superar a pressão inicial, a seleção teve bons contragolpes para ampliar e ainda explorava bem o nervosismo austríaco. Arda Güler, do Real Madrid, aparecia bem.
Sem conseguir furar a barreira defensiva, a Áustria voltou para a etapa decisiva com uma formação atrevida, com quatro homens de frente após as entradas de Prass e Gregoritsch. O técnico Ralf Rangnick queria que a bola chegava mais vezes ao grandalhão Arnautovic, de 1,92m.
A primeira chance da etapa final veio justamente com o centroavante, mas por baixo. Ele saiu de frente para Günok, mas o goleiro saiu bem e evitou o empate. A Áustria voltou melhor e cresceu na partida. Sem se importar em deixar espaços aos contra-ataques.
Além de não conseguir buscar o empate, os austríacos levaram novo golpe após uma cobrança de escanteio. Desta vez Arda Güler mandou na cabeça de Demiral, que mandou com firmeza para o gol. Aos 14 minutos, a vantagem turca era gigante. Do tamanho da cantoria animada das arquibancadas.
Marca registrada da partida, o terceiro gol do dia mais uma vez veio após cobrança de escanteio. De tanto insistir, desta vez foi a Áustria quem diminuiu. Após a cobrança de Sabitzer, Posch desviou de cabeça e Gregoritsch apareceu livre para descontar aos 20 e "colocar fogo" na partida. De cabeça, Gregoritsch quase empatou logo depois.
Até então calmo na partida, o técnico Vicenzo Montella passou os últimos 15 minutos desesperados na beira do gramado. A Áustria não saía de perto da área, em pressão enorme. Arnautovic perdeu a chance do empate, enquanto a defesa apelava aos chutões, mas sem Arda Güler, substituído, os turcos não encaixavam mais contragolpes. A meta era apenas segurar a vantagem no placar. O sufoco foi grande, mas a missão bem realizada após milagre de Günok no último lance. Todos os jogadores turcos se jogaram ao gramado após a classificação por alívio e alegria.