Zaha, do Crystal Palace, denuncia ameaça racista: É melhor você não marcar

O atacante marfinense Wilfried Zaha, do Crystal Palace, denunciou neste domingo ameaças racistas por meio das redes sociais. O jogador expôs registros de mensagens que recebeu no sábado de um suposto torcedor do Aston Villa, adversário de seu time neste domingo, pela 35ª rodada do Campeonato Inglês.

"É melhor você não marcar amanhã, sua p*** preta. Ou eu irei à sua casa vestido como fantasma", escreveu o torcedor racista, usando um termo pejorativo para ofender o jogador de 27 anos, que compartilhou as ofensas no Twitter e no Instagram.

Além da mensagem, o fã racista do Aston Villa mandou ainda a Zaha duas outras imagens, todas enviadas de forma privada pelo Instagram. Uma de um cereal com uma antiga embalagem de cunho racista e outra exibindo membros da Klu Klux Klan (KKK), organização que defende a supremacia dos brancos sobre os negros e cujos integrantes vestem roupas inteiramente brancas, com capuzes pontiagudos, representando fantasmas de soldados mortos durante a Guerra Civil a fim de assustar negros.

A organização, criada no século XIX, ficou conhecida por organizar linchamentos e outros atos criminosos no sul dos Estados Unidos e hoje sobrevive nos EUA com variadas ramificações segregacionistas e contrárias a minorias.

Ao ter conhecimento dos insultos racistas dirigidos a Zaha, o Crystal Palace se manifestou em suas redes sociais. "É uma desgraça absoluta e não deveria estar acontecendo. Estamos com você, Wilf, e qualquer outra pessoa que tenha sofrido abusos tão horríveis", escreveu. Mais tarde, o clube londrino reforçou a postura e afirmou que está trabalhando em conjunto com o Aston Villa e a Premier League para identificar o responsável pelos atos racistas.

"Nosso clube, o Aston Villa e a Premier League estão fazendo todo o possível para descobrir quem é esse indivíduo desprezível e só podemos esperar que eles sejam identificados e paguem por essas ações". O Aston Villa reiterou o posicionamento do Crystal Palace, dizendo que "condena todas as formas de discriminação racial" e prometeu banir o torcedor para sempre, quando o culpado for identificado.

A polícia de West Midlands também emitiu uma declaração, prometendo investigar o autor das mensagens racistas. "Olá Wilfried, estamos investigando quem é o proprietário desta conta e gostaríamos de encorajar você a denunciá-la também à força policial local".

As ameaças racistas contra Zaha ocorrem em um momento em que a Premier League e outras ligas e entidades esportivas têm apoiado os protestos antirracistas, que eclodiram com a morte do americano George Floyd por um policial branco em Minneapolis e depois tomaram conta de vários países, dando origem ao movimento "Vidas Negras Importam", apoiado por várias personalidades do esporte.

A Premier League colocou o apoio à causa como protocolo em suas partidas. Antes dos jogos, todos os atletas, além do árbitro, se ajoelham em campo como forma de contribuir com os protestos contra o racismo. Além disso, os jogadores tiveram seus nomes nos uniformes substituídos pela frase Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) em algumas partidas e, pelo resto da temporada, o símbolo da campanha antirracista ficará estampado nos uniformes.

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