Variedades

Zé Bonitinho estreou em programa dirigido por Chico Anysio

Morreu nessa quinta, 26, às 5 horas, aos 89 anos, o comediante Jorge Loredo, o Zé Bonitinho. Ele estava internado desde a última sexta-feira, 20, na Unidade Cardio Intensiva do Hospital São Lucas, em Copacabana. Loredo já havia sido hospitalizado no São Lucas no dia 3 de fevereiro, voltou para casa e teve de retornar ao hospital. Segundo o São Lucas, “Loredo lutava havia anos contra uma doença pulmonar obstrutiva crônica grave e um enfisema pulmonar e, apesar de todos os esforços terapêuticos, não resistiu e foi ao óbito devido a uma falência múltipla de órgãos.” O velório será nesta sexta, 27, a partir das 8h, no Cemitério do Caju, no Rio. A cremação acontece às 15h.

Feio, voz nasalada, gestos robóticos – nada parecia depreciar a imagem de Zé Bonitinho, o mais famoso e longevo personagem criado por Loredo.

Nasceu em Campo Grande, no dia 7 de maio de 1925, e não parecia que viveria durante muito tempo. Quando fez 20 anos, foi internado em um sanatório com diagnóstico de tuberculose. O que para muitos representaria o fim tornou-se uma nova opção de vida – incentivado por médicos, Loredo ingressou em um grupo teatral no próprio hospital, onde descobriu a vocação.

Após receber alta, um teste vocacional identificou uma tendência para “atividades exibicionistas”. Mesmo assim, Loredo procurou uma escola de teatro em busca de papéis “sérios”, mas, contra a sua vontade, sua primeira audição foi para representar o monólogo cômico Como Pedir uma Moça em Casamento. Aprovado, não lhe restou alternativa que adotar o humorismo como profissão.
Surgiram assim personagens que se tornaram clássicos como o Mendigo filósofo da Praça da Alegria, criado no final dos 1950 – era um vaidoso e esnobe clochard que a todos os esmoleres tratava de “meu nobre colega”.

O grande sucesso, no entanto, veio em 1961, com o surgimento de Zé Bonitinho, personagem que marcou definitivamente sua carreira. O motivo era o jogo de contradições: apesar de visivelmente um homem feio, com imensos óculos e um bigodinho delgado, Bonitinho justificava o apelido e era o terror das mulheres.

Segundo Loredo, a inspiração veio de um amigo metido a garanhão, chamado Jarbas. “Ele era uma figura, cantava todas as mulheres, parava em frente ao espelho para pentear o bigode. Eu o imitava nas festas e as pessoas se divertiam muito”, contava.

Apesar do sucesso, ele nunca se iludiu com a fama. Tanto que, durante a semana, trabalhava como advogado, especializado em previdência social. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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