Trinta e sete dias depois que a seleção brasileira de vôlei feminino foi surpreendente eliminada da Olimpíada do Rio, ao perder da China nas quartas de final da competição, o técnico José Roberto Guimarães anunciou nesta sexta-feira que vai permanecer no comando da equipe nacional até a próxima Olimpíada, que será realizada na cidade de Tóquio em 2020.
“Eu ainda não me via fora da Confederação (Brasileira de Vôlei), fora do voleibol brasileiro”, disse o técnico, que está à frente da seleção feminina desde 2003. De lá para cá, ele se consagrou com a conquista de dois ouros olímpicos, obtidos nos Jogos de Pequim-2008 e Londres-2012, mas acabou vendo a equipe nacional fracassar na Olimpíada disputada em casa.
E foi justamente a dura eliminação que motivou Zé Roberto a seguir no cargo, pois se deixasse a seleção agora sairia de cena deixando como última impressão a inesperada derrota em casa. “Foi amargo pensar em como a gente perdeu (no Rio-2016). Deu um sentimento de não ter cumprido a missão. Depois de 2008 e 2012 me senti com a missão cumprida. Agora não me sinto. Sinto que tenho coisas a fazer, e o Brasil precisa continuar entre os melhores”, completou o comandante, em entrevista coletiva, na qual também enfatizou a importância de seguir trabalhando com a base da seleção nacional, que ele também vinha coordenando.
Depois de uma primeira fase na qual teve 100% de aproveitamento, o Brasil acabou batido pela China por 3 sets a 2 nas quartas de final da Olimpíada. Apesar de depois terem ficado com o título olímpico, as chinesas terminaram o estágio inicial da competição apenas na quarta posição de seu grupo. As brasileiras, porém, relaxaram após arrasarem no primeiro set no confronto e foram surpreendidas pelas asiáticas.
BERNARDINHO – Na seleção masculina, a Confederação Brasileira de Vôlei aguarda a resposta do técnico Bernardinho ao convite para continuar comandando o Brasil, que se consagrou tricampeão olímpico nos Jogos do Rio.
Ele ainda não se manifestou, mas a expectativa da CBV é a de que ele também permaneça no cargo, embora já tenha conquistado todos os títulos possíveis como técnico do time nacional, levado por ele a incríveis quatro finais olímpicas seguidas – além do ouro obtido no Rio, o comandante também foi ao topo do pódio em Atenas-2004 e ficou com a prata em Pequim-2008 e Londres-2012.
Também nesta sexta-feira, a CBV anunciou que Radamés Lattari, técnico da seleção masculina do Brasil nos Jogos de Sydney-2000, assumirá o cargo de diretor de vôlei de quadra da entidade. Antes, ele vinha atuando como diretor de competições, enquanto o ex-atacante Renan Dal Zotto ocupava o posto agora assumido por Lattari. Renan, por sua vez, está deixando de trabalhar para a CBV por razões pessoais.