Estadão

Zelensky prevê inverno difícil; Rússia tem protestos e já prendeu 2 mil

A atuação da Rússia para mobiliar 300 mil recrutas para compensar as perdas na Ucrânia é uma admissão tácita de que "seu Exército não é capaz de lutar", afirmou neste domingo, 25, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. Em entrevista à emissora <i>CBS</i>, ele também advertiu que o inverno local "será difícil", no momento em que Moscou eleva a pressão e a temperatura cai. Já na Rússia, continuavam as manifestações contra a convocação de mais soldados e a guerra, o que já levou a ao menos 2 mil prisões.

Zelensky previu que a Rússia realize mais ataques contra a infraestrutura elétrica de seu país. Ele qualificou a mobilização da Rússia, a primeira do tipo desde a Segunda Guerra, como um sinal de fraqueza, não de força. "Eles admitiram que seu Exército não é mais capaz de lutar com a Ucrânia."

Neste domingo, houve mais atos contra a Rússia na Rússia. No Daguestão, uma das regiões mais pobres do país, no norte do Cáucaso, a polícia disparou tiros de advertência para dispersar mais de 100 pessoas que bloquearam uma via, informou a imprensa local. Houve também protestos de mulheres na cidade de Yakutsk, na Sibéria.

Ao menos 2 mil pessoas foram presas nos últimos dias por manifestações similares pelo país. Há relatos da imprensa russas, não confirmados oficialmente, de que o Kremlin poderia em breve fechar a fronteira para homens em idade de lutar, o que gera em alguns pânico e mobilização para tentar deixar o país. Na União Europeia, há divisões entre os países sobre receber ou não esses potenciais fugitivos da Rússia, com a Alemanha já tendo expressado desejo de ajudar, mas alguns senadores da França, por exemplo dizendo que não haveria status de refugiado garantido.

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