O Real Madrid tem consciência de que carrega um inevitável favoritismo na decisão deste sábado, contra o Liverpool, às 15h45 (de Brasília), em Kiev, na Ucrânia, onde buscará o seu 13º título da Liga dos Campeões da Europa. O time espanhol jogará para conquistar o seu terceiro troféu seguido da competição e o quarto em apenas quatro anos, o que já diz muita coisa sobre a enorme força desta equipe.
Nesta terça-feira, porém, o técnico Zinedine Zidane minimizou o peso do histórico vencedor recente e lembrou que é preciso justificar a condição de favorito dentro de campo, embora não assuma a mesma até para não transparecer um otimismo exagerado que possa contagiar os seus jogadores de uma maneira um pouco prejudicial.
O treinador francês lembrou que este é um confronto realizado em campo neutro e que o Liverpool tem um “bom conjunto e chegou à final com merecimento”. “Estamos preparados e não vale para nada ter mais experiência. É um jogo e devemos demonstrar que queremos ganhar”, enfatizou.
Nem mesmo o fato de o Liverpool não jogar a decisão da Liga dos Campeões desde 2007, quando foi superado pelo Milan, ilude Zidane. “Não significa nada que nós ganhamos no ano passado e eles estão há 11 anos sem chegar à final”, disse o comandante, assegurando também que “ninguém tem mais fome” do que o Real de conquistar este título, mesmo sendo o maior vencedor da história desta competição. “Sempre queremos mais e vamos dar tudo para tentarmos ganhar da melhor maneira possível.”
BRASILEIROS SEM EUFORIA – No mesmo Media Day no qual Zidane e vários outros jogadores do Real deram entrevista coletiva, os brasileiros Casemiro e Marcelo contiveram a euforia ao falarem sobre a decisão deste sábado. O volante lembrou que o Paris Saint-Germain chegou a ser apontado como favorito a superar o time merengue nas oitavas de final desta Liga dos Campeões, mas a equipe francesa acabou sendo derrotada nas duas partidas deste mata-mata.
“Fiquei feliz depois do jogo em Paris. Também pelo meu gol, mas por todo o time. Eles eram favoritos, se dizia que iriam avançar (às quartas de final). Esse jogo foi muito especial para nós. Isso nos incomodou porque no futebol é preciso jogar e logo ganhar. O Real Madrid não é favorito, temos que respeitar o Liverpool”, afirmou o brasileiro.
O lateral-esquerdo Marcelo, por sua vez, lembrou que o rival da decisão deste sábado possui um time muito forte e não tem apenas Mohammed Salah, atacante que vive fase espetacular, como arma poderosa na luta pelo título.
“Não é somente contra Salah que vamos jogar, o Liverpool tem Firmino, tem outros jogadores, não podemos falar apenas de um jogador. Ele (o egípcio) é muito bom, mas todo o time do Liverpool é melhor que um único jogador”, afirmou o jogador, que depois comemorou o fato de poder ganhar a sua quarta Liga dos Campeões pelo Real.
“Vai ser especial jogar uma nova final e vai ser difícil porque o Liverpool fez um grande trabalho e teve méritos para chegar à decisão. É um grande time e temos visto isso ao longo desta temporada”, completou Marcelo, que também minimizou o peso do histórico recente de triunfos continentais do Real.
“Como vencemos as finais anteriores, parece fácil (que a equipe volte a ganhar), mas não é. Chegar a uma final é complicado. Sabemos o quão difícil que é e por isso temos fome de ganhá-la. Jogar uma final é uma honra e um prazer”, destacou.
KROOS – Outro jogador do Real que adotou a cautela no discurso nesta terça-feira ao projetar a final deste sábado foi o meio-campista Toni Kroos, que alertou sobre as qualidades dos adversários: “Eles têm um grande ataque, mas também uma boa defesa e um meio-campo duro. Sermos favoritos não significa nada”.