O primeiro dia de greve dos professores da rede paulista de ensino teve adesão baixa nesta segunda-feira. As aulas ocorreram normalmente e a orientação da Secretaria da Educação do Estado foi substituir os docentes faltosos por outros professores das próprias escolas.
Não houve, segundo a Secretaria da Educação do Estado, registro de problemas na capital nem no interior. O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), um dos principais da categoria, estima cerca de 20% de adesão. Já a pasta não fez balanço de quantos professores cruzaram os braços.
De acordo com a Apeoesp, o começo da semana serve para mobilizar os professores. Nos próximos dias, prevê o sindicato, a participação deve aumentar. “Até sexta-feira, estimamos 60% de adesão”, afirma Maria Izabel Noronha, presidente da entidade. “Os professores estão muito interessados pelo movimento”, diz. Segundo ela, a adesão foi maior em algumas cidades, como Presidente Prudente, Marília e São José dos Campos.
Professores da Escola Estadual Estela Machado, em Bauru, paralisaram as aulas. Em apoio ao movimento, alunos do ensino médio realizaram uma manifestação, de manhã, fechando uma rua próxima da escola. Com faixas e cartazes, eles caminharam até a Diretoria Regional de Ensino para protestar contra salas lotadas e pedir redução na carga horária dos docentes. Professores acompanharam a mobilização. A diretoria informou que as classes têm o número regulamentar de alunos e que permanece à disposição de estudantes e professores para discutir as reivindicações.
A Apeoesp em Marília informou que outras três escolas estaduais da cidade registraram adesões à greve. Já a diretoria de ensino informou que as aulas estão normais.Em Sorocaba, parte dos professores da Escola Estadual Lauro Sanches, na zona norte, aderiu à greve. A diretoria regional de ensino informou que os trabalhos letivos seguem dentro da normalidade.
Os professores pedem reajuste de 75,33% para equiparação com as categorias de nível superior do magistério e mudanças na jornada de trabalho, além de melhorias nas escolas.
A SEE tem dito que considera legítimo o direito à manifestação, mas defendeu que a decisão da Apeoesp não representa os mais de 230 mil professores da rede. A pasta disse também que tem “compromisso com a qualidade de ensino”.