O Estado de São Paulo registrou até esta quarta-feira 164 mortes relacionadas ao novo coronavírus, um aumento de 21% no balanço diário. Foram confirmados mais 28 óbitos, com o maior crescimento em números absolutos em um período de 24 horas. Além disso, São Paulo tem 201 mortes em análise, que ainda aguardam resultado de testes para confirmação da doença.
O atraso na notificação foi confirmado pelo secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann. O governo foi questionado sobre vítimas que estariam sendo registradas como casos suspeitos e se os números poderiam vir a aumentar com as confirmações. "Desse contingente, o que for positivo será acrescido ao balanço do número de óbitos. Uma parcela dos 201 vai dar positivo. São pessoas que não foram confirmadas na época do óbito", disse.
Em nota, o governo do Estado informou que esses registros deverão ter resultado divulgado nas próximas 24 horas, dado que o Estado está montando uma força-tarefa para a realização de testes. São Paulo tem 16 mil exames represados, segundo Germann.
Ainda segundo o governo paulista, unidades regionais do Instituto Adolfo Lutz estarão habilitadas a processar amostras, com capacidade de 500 exames por dia, podendo chegar até mil. Além disso, nesta semana o governo diz que receberá 20 mil kits de testes importados e 10 mil enviados pela Fiocruz, que serão distribuídos entre o Instituto Adolfo Lutz e outros laboratórios credenciados. A Secretaria Estadual da Saúde vai processar 720 amostras por dia no Centro Estadual de Análises Clínicas (Ceac) da Zona Norte, unidade que já é do governo.
O Estado continua como o mais afetado pelo novo coronavírus, concentrando 70% das mortes e 43,6% dos casos confirmados da doença no País. São 2.981 diagnósticos e 164 mortes dos 6.836 casos e 240 óbitos do Brasil. São Paulo teve ontem a confirmação do primeiro óbito em três cidades: São Sebastião, Suzano e Cotia. Assim, salta para 16 o número de municípios com relato de mortes, incluindo capital, Guarulhos, Osasco, Embu, Ribeirão Preto, Santo André, São Caetano, São Bernardo, Sorocaba, Taboão da Serra, Campinas, Caieiras e Vargem Grande Paulista.
<b>No País</b>
No Brasil, o número mostra 1.119 novas confirmações em relação à última atualização. As mortes pela doença chegam a 240 pessoas, com aumento de 39 óbitos em relação à ultima contagem. A taxa de mortalidade continua em 3,5%. Mas o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, estima que o número de casos confirmados de covid-19 no País seja maior. De acordo com ele, com o aumento da realização de testes, a quantidade de pessoas contaminadas deve aumentar na próxima semana. "Não é hora de relaxar, não é hora de fraquejar, a hora é de redobrar o cuidado", disse, em defesa da manutenção das medidas de isolamento social.
Se não fossem essas medidas, "a situação seria muito pior". "Já estaríamos em espiral de casos se não estivéssemos em isolamento. Lembrando, o Brasil não fez lockdown (fechamento total, com veto total à circulação e controle policial), o que fez foi diminuição da circulação. Agora precisa redobrar o esforço, se não vamos ter problema de EPI (falta de equipamentos de proteção individual)." As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>