Nunca escondi de ninguém que sou corinthiano (há controvérsias se exite esse h, mas seguindo a lógico do nome do time, faço questão de usar). Aliás, enche-me de orgulho torcer para o “todo poderoso Timão”.
Nesses 45 anos de vida e mais de 35 como torcedor convicto do time do Parque São Jorge, o 2012, com certeza, foi o mais glorioso. E olha que o ano ainda não terminou. Foi neste ano que meu time conquistou a Copa Libertadores da América, um sonho antigo que já havia sido realizado por nossos rivais e que perseguíamos há tanto tempo.
Os gols de Emerson naquela final histórica contra o Boca Juniors com o Pacaembu lotado marcaram minha vida e de – segundo as estimativas – perto de 30 milhões de corinthianos como eu. Entre eles, meus dois filhos (Eure e Matheus) e meu enteado (Leonardo). O gol de Romarinho, contra o mesmo time argentino, até então um bicho-papão para nós, na Bombonera lotada, uma semana antes da conquista maior me levou ao êxtase. Estava dentro de um ônibus em um evento em São Paulo acompanhando a partida pela TV de meu tablet. Explodi. Assim como metade de quem estava naquele coletivo. A outra metade – sempre – torcia contra.
Conquistamos a América de forma invicta. Exaltamos a força de uma nação em uma festa inédita neste país. Por mais que outras equipes já tivessem a mesma conquista, a alegria e força da fiel torcida são incomparáveis. Percebi naquela quarta-feira à noite que meu coração estava em dia. Qualquer anomalia, eu teria enfartado com certeza. Nem preciso relatar mais detalhes, afinal o sabor da conquista superou qualquer momento de tensão. Incrível, mas a conquista mais esperada por meu Timão se consolidou perto dos 30 minutos do segundo tempo. Nem precisamos sofrer até o último instante, como é praxe em todas nossas vitórias importantes.
Pois bem, o Corinthians está no Japão. Dezenas de amigos, inclusive, estão indo para lá no que já está sendo chamada de “terceira invasão” alvinegra. A primeira e a segunda se deram no Rio de Janeiro. Em 1976, a cidade maravilhosa foi o palco de uma vitória contra o Fluminense que levou o Corinthians à final do Campeonato Brasileiro. Naquele dia, apesar do Timão estar há 22 anos sem um título sequer, eu me vesti de preto e branco pela primeira vez e gritei ao mundo que eu era corinthiano. A segunda invasão ocorreu em 2000, quando o time conquistou o Mundial da Fifa pela primeira vez, contra o Vasco da Gama, nos pênaltis.
Agora, o Corinthians busca o bi mundial no Japão, provavelmente contra o inglês Chelsea. A mídia e a compulsão corinthiana por conquistas passam a idéia de que temos de ganhar o título de qualquer maneira. Que ser campeão do mundo pela segunda vez é questão de vida ou morte. Mas não é.
O Corinthians já ganhou o ano de 2012. Lógico que queremos vencer. Ganhar ou perder não é o que mais importa neste ano. A conquista da Libertadores já marcou nossa história. Já nos encheu de glória. Parece pouco, mas o bi do mundo é somente resultado ou consequência de tudo isso. Vai Curíntia….
