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62% das árvores que caem em SP são sadias

Das 1.765 árvores que caíram em cerca de três meses na cidade de São Paulo, recorde absoluto para o período, 62% estavam sadias, segundo o balanço parcial da “Operação Chuvas de Verão”, apresentado na quarta-feira, 4, pela Prefeitura. A queda de árvores neste verão chegou a matar uma pessoa e fechar pela primeira vez o Parque do Ibirapuera.

De acordo com a Prefeitura, pancadas de chuvas localizadas e fortes rajadas de vento – que chegaram a atingir 96 km/h – seriam o motivo para tantas árvores terem desabado. “Anteriormente, estávamos mais preocupados com o funcionamento dos semáforos”, afirmou a vice-prefeita, Nádia Campeão.

Apesar de não considerar a incidência de ventos fortes um acontecimento atípico para o verão, o gerente do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE), Hassan Mohamad Barakat, afirmou que o pico foi mais intenso neste período. “Quando o vento chega entre os prédios, é canalizado e aumenta a potência em relação às arvores, que são distantes uma das outras e não podem apoiar-se entre si. Ainda há agravante do peso da chuva”, explicou.

A Prefeitura mapeou, via satélite, 650 mil árvores distribuídas pelo viário da cidade. Segundo Nádia Campeão, o próximo passo é fazer o cadastramento de cada uma. “Vamos alinhar uma série de ações ao longo do ano.” Entre outras medidas estão um manual de podas.

Críticas

Especialistas, no entanto, discordam da versão da Prefeitura. Para o engenheiro florestal Agnaldo Scarassati, o problema está no que a Prefeitura considera “árvore sadia”. “Eles consideram as plantas que não têm doenças ou pragas, mas o distúrbio fisiológico, como florescimento em época que não devia estar crescendo, perdas constantes de folhas e falta de irrigação também comprometem a árvore”, explica.

Já para o ambientalista Ricardo Cardim há falta de monitoramento adequado das árvores. “Das 650 mil monitoradas, só 7,4% foram avaliadas de perto nas suas condições de saúde. Como podem falar que existe essa fiscalização?”, indaga. “Os números divulgados ontem não condizem com a realidade de estado das árvores de São Paulo.”

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